Visto o trabalho monumental feito por Rothbard para desenvolver e promover a teoria libertária, é interessante notar como ele é, na melhor das hipóteses, ignorado, e na pior, desdenhado pelo movimento libertário massificado.
O que é mais interessante é que Rothbard leva porrada de todos os lados – sob vários aspectos, a única coisa que libertários mainstream e libertários libertinos têm em comum é este desprezo por Rothbard.
Por que isso?
Primeiro Rothbard se dirige aos libertários mainstream. Ele os rotula, os “contraditórios… libertários de Estado Grande.” Neste grupo, ele identifica, além do Partido Libertário …
… uma rede imprecisa de think-tanks libertários e de livre mercado, os nacionais que incluem grupos lobistas, que gravitam ao redor do cinturão de Washington, e os think-tanks estaduais ou regionais, que necessariamente se mantêm, de alma se não de corpo, nas zonas centrais. . .
Ele também menciona grupos legais, revistas, periódicos por uma moeda estável, e assim por diante. O que todas essas instituições Libertárias de Estado Grande têm em comum? Elas têm. . .
… nos últimos anos, abandonado cada vez mais rápido qualquer resquício de seus princípios originais: dedicação a diminuição do estado ou defender os direitos de propriedade privada.
Ao invés disso, esses grupos querem tornar o governo mais eficiente – como se eficiência na produção de “males” fosse uma coisa boa. Estes Libertários de Estado Grande suplicam por respeitabilidade e aceitação social do funcionalismo de Washington.
Mas tem muito mais em jogo nisto. O ponto básico que muitos de nós aprendemos após seguidas decepções ao longo dos anos: não pode haver separação genuína entre ideologia política formal e opiniões e atitudes culturais.
A política libertária deve igualar a defesa libertina e sua aceitação. Rothbard identifica um grande ódio da direita, vindo de “um maior e mais intenso ódio da cristandade. . .”
E nestas poucas e curtas afirmações, o próprio Rothbard rapidamente explica porque os dois tipos de libertários mainstream (de Estado Grande) o odeiam e porque os libertários libertinos o odeiam.
Ele identifica um “igualitarismo” entranhado nesse movimento: “Arranhe um igualitário e você inevitavelmente encontrará um estatista”. Ao invés de direitos de propriedade, cada indivíduo “tem ‘direitos’ que não devem estar sujeitos a qualquer forma de ‘discriminação’”.
Isto apesar do fato que “discriminação” é inerente a qualquer definição significativa de direitos de propriedade.
E assim, contrariando frontalmente sua suposta devoção prévia aos absolutos direitos a propriedade privada, o movimento libertário abraçou todos os falsos “direitos” da esquerda que foram forjados nas últimas décadas.
A sopa de letrinhas dos direitos de todos os gêneros inventados me vem à mente.
. . . “direitos civis” foram abraçados sem questionamento, suprimindo completamente os genuínos direitos de propriedade privada.
Como exemplo de alguém que abraçou esta filosofia libertina de direitos civis, Rothbard fala de um candidato presidencial “favorecido” em 1996: o governador republicano de Massachusetts William Weld, motivado por sua devoção aos “direitos dos gays”.
Sim, aquele William Weld. Apoie direitos gays e Hillary Clinton para presidente e você se qualifica para se candidatar pelo Partido Libertário em 2016.
Ao invés de defender direitos de propriedade, os libertários se tornaram “fiscalmente conservadores, mas socialmente tolerantes”. Tornar o governo eficiente, defender e demandar apoio a todos os diferentes estilos de vida. Libertários libertinos e mainstream se encaixam perfeitamente.
Uma importante plataforma nesta tolerância social é uma insistência de que “fronteiras abertas” são um direito humano e uma posição que deve ser mantida por todo libertário verdadeiro. Qualquer um que ouse desviar desta posição de “fronteiras abertas” é automaticamente e histericamente denunciado como racista, fascista, sexista, heterosexista, xenófobo e todo o resto do arsenal de termos difamatórios que vierem à cabeça”.
E isto aparentemente se tornou o pecado imperdoável, uma blasfêmia contra o espírito santo do mainstream, o libertarianismo libertino.
Conclusão
A elite tem como um de seus objetivos destruir a civilização ocidental; uma cultura de liberalismo clássico fundamentada na moralidade cristã é um obstáculo ao crescimento do poder do estado. A elite tem como um de seus objetivos a preservação do “governo”, conforme ele é entendido hoje.
A elite encontrou companheiros entre os libertários de Estado Grande e libertinos respectivamente.
E é por isso que eles odeiam Rothbard.
Tradução Fernando Chiocca
Artigo original aqui.
Fantástico: Raso, largo e profundo…
explicaram perfeitamente o LIVRES, da uma vergonha alheia ver eles abraçando chavões esquerdistas…
Um país confunde-se com o estado? Pergunto isso pois se sim, o fim do estado implicaria necessariamente no fim do país (mas não de seu povo, costumes, cultura…). Sendo assim, a imigração ilimitada seria nada mais que o livre trânsito de indivíduos em terras vizinhas. Qual é a problemática desse livre trânsito?