Thursday, November 21, 2024
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Política é sequestro, transferência e destruição de riquezas

Em certa ocasião, o célebre economista francês Frédéric Bastiat falou: “O custo real do estado é a prosperidade que não temos, os empregos que não existem, as tecnologias a que não temos acesso, os negócios que não existem e o futuro brilhante que nos é roubado”.

De fato, esta sentença brilhante resume em poucas palavras as dificuldades imensuráveis causadas pelo estado aos indivíduos produtivos e a sociedade como um todo. O estado é um parasita que vive para retirar, remover, extrair e sugar. O estado não agrega nada aos indivíduos e aos cidadãos. Ao contrário do que é apregoado pelo próprio estado e pelos estatistas, o bandido estacionário não devolve nada à sociedade. Pode, no máximo, efetuar transferência de riquezas, retirando dos indivíduos produtivos para dar aos improdutivos. Portanto, é tão irracional quanto irrealista considerar a possibilidade de que o estado poderia resolver problemas, sendo que é justamente ele o responsável pela maior parte dos problemas que afligem a sociedade humana.

Ainda que indiretamente, Bastiat tocou também em um ponto central da questão. O estado — além de prejudicar a qualidade de vida dos cidadãos e comprometer ativamente a sua prosperidade —, consome não apenas as riquezas presentes, como também as riquezas futuras.

Desta maneira, a sociedade se perde em um ciclo vicioso e interminável de depauperamento crônico, no qual as riquezas vão sendo paulatinamente confiscadas dos setores produtivos da sociedade para abastecer e subsidiar os setores não-produtivos. Consequentemente, a sociedade fica mais pobre, enquanto o Leviatã fica mais rico (e consequentemente mais poderoso).

Ao contrário de qualquer empresa ou instituição privada que está presente no mercado, o estado não opera em um ambiente de livre competição e livre concorrência; ele nem sequer está sujeito às leis de mercado. Você não pode rejeitar um estado e escolher outro (a não ser que mude de país) ou escolher viver sem um estado. Isso significa, portanto, que o estado não se sentirá obrigado a atender de forma pontual e eficiente as demandas da sociedade. Invariavelmente, ele terá, portanto — além de uma ampla licença para ser incompetente e ineficiente —, a desculpa para ser perdulário.

Por essa razão, o estado se torna um fim em si mesmo, de maneira que se converte em uma instituição completamente autocentrada. Para o estado, o que importa são as suas próprias necessidades. A sociedade pode ficar em segundo plano, ou até mesmo ser totalmente desconsiderada. Afinal, o que é esse ser minúsculo e insignificante chamado cidadão, comparado a esse deus poderoso e onipotente chamado estado?

Esse é um dos fatores que leva o estado a considerar-se supremo e majestoso, uma instituição que não apenas pode, como deve estar acima de todas as outras. Suas preferências autocráticas serão sempre soberanas, e estarão acima de tudo e de todos. Portanto, tudo aquilo que envolve a sua manutenção e sobrevivência — como a cobrança de impostos, por exemplo — pode e deve ser considerada uma prioridade.

Acontece que o bandido estacionário é caríssimo, e sua manutenção geralmente custa muito mais do que aquilo que ele consegue arrecadar da população através de extorsão institucionalizada. Consequentemente, o estado fomenta e normaliza uma condição de irracionalidade econômica, que se transforma em dívida pública, e deixa os cidadãos em uma condição de devedores permanentes dos gastos perpétuos, crescentes e galopantes do governo, que indiretamente ficam responsabilizados por arcar com todas as despesas geradas pelo Leviatã. Isso gera um ciclo interminável de escravidão econômica para todos os integrantes da sociedade produtiva, que se tornam financiadores ativos e devedores permanentes do estado, mesmo que não queiram.

Ou seja, os cidadãos, na prática, são convertidos em escravos, que devem trabalhar para gerar receita para o estado. Evidentemente, o estado retira o que precisa através de uma exorbitante tributação indireta, além dos juros e da inflação. A tributação indireta é uma arma eficiente do estado, visto que justamente por ser indireta, faz com que os cidadãos desconheçam o desmesurado nível de roubo praticado pelo estado.

Só que o estado não rouba tudo o que ganhamos. Como uma “nobre” concessão da sua parte, o estado deixa conosco o suficiente para comprarmos produtos básicos para viver, como alimentos, para não morrermos de fome. Mas o estado não faz isso porque é gracioso, humanitário, gentil e generoso; ele o faz simplesmente porque mortos, não teríamos serventia nenhuma para ele. Para o estado, é muito melhor continuarmos vivos, trabalhando e sendo produtivos, gerando receita para ele, como bons escravos do sistema.

Evidentemente, a irracionalidade econômica do sistema e o custo exorbitante da máquina vai continuar aumentando a dívida. Quando a insolvência se torna um perigo real, o estado recorre a estratégias burocráticas que não resolverão o problema, mas irão simplesmente prorrogar a eclosão de uma inevitável recessão. Além disso, o estado pode sempre ampliar a parasitagem e endividar-se ainda mais para conseguir bancar os seus custos exorbitantes e se perpetuar.

Sua maior estratégia, no entanto — a que efetivamente garante a sua permanência e a sua existência — é o engajamento voluntário da população através da política.

O estado, o epicentro do sistema, para evitar o desgaste e os conflitos oriundos de sua irracionalidade, bestialidade e incompetência crônicas — que periodicamente deflagram a insatisfação e a revolta popular — possui na política a estratégia perfeita para se “renovar” continuamente aos olhos do populacho servil e ignorante.

A política e tudo aquilo que a compõe — eleições, partidos, comícios, agremiações e movimentos sociais — não passam de um teatrinho infantil, muito bem executado, devidamente elaborado para renovar a fé das massas no bandido estacionário, e fazê-las pensar que, se elas votarem corretamente, a partir da próxima gestão elas terão todas as suas expectativas e necessidades atendidas.

Infelizmente, as massas — devidamente iludidas e ludibriadas através de contundente doutrinação sistemática — sempre caem no velho conto do vigário que é a política. Então elas escolhem um candidato, e no dia marcado pelas autoridades do estado, lá vão elas votar no político que irá roubá-las legalmente.

A política nasce do desejo inflexível da sociedade de resolver problemas. Esses problemas, em sua maioria, são causados por recursos escassos, e os representantes políticos afirmam que são capazes de decidir aonde esses recursos devem ser apropriadamente alocados, para melhor atender as necessidades e demandas da população.

As pessoas, no entanto, lamentavelmente são incapazes de perceber que se o estado e a política não existissem, os recursos seriam muito mais abundantes. Na verdade, não apenas seriam mais abundantes, como seria muito mais fácil produzi-los e distribuí-los. Por ignorarem ativamente o princípio da irracionalidade econômica — e como ele faz as pessoas se tornarem meros serviçais do sistema —, as pessoas acreditam no estado e exercem fé na política. Consequentemente, em cada período eleitoral, lá vão elas votar no candidato que elas julgam ser capaz de resolver alguma coisa.

Pense, por exemplo, na questão dos alimentos. A fome no mundo nunca foi causada por uma suposta escassez de alimentos ou insuficiência na produtividade. A fome existe porque governos criam dificuldades, barreiras e arbitrariedades múltiplas para a produção e a distribuição de alimentos, através de tarifas protecionistas, embargos políticos, regulamentações impraticáveis e taxação excruciante. Se fossem deixados livres dos grilhões do estado, produtores de alimentos conseguiriam produzir mais e melhor, e poderiam comercializar sua produção através de uma ampla e variada multiplicidade de cadeias de distribuição.

Infelizmente, a grande maioria das pessoas permanece sendo completamente incapaz de perceber o que o estado realmente é, e que o estado apenas retira da sociedade, sem agregar nada. Quando faz alguma obra, o estado não faz por benevolência, bondade ou caridade, e ela não está sendo paga com dinheiro legítimo, mas com dinheiro que é produto de roubo legalizado. Afinal, o estado confiscou de alguém o dinheiro que está sendo usado para bancar a obra. Além do mais, as obras que políticos realizam com o dinheiro alheio em muitas ocasiões não passam de manobras oportunistas, executadas com o objetivo de se promover e se reeleger.

O dinheiro que o estado confisca da sociedade produtiva, o estado gasta primariamente consigo próprio. Isso por si só já mostra que — além de não estar nem um pouco disposto a resolver o problema da escassez — o estado não está se importando nem um pouco em jogar nas costas da população o excruciante fardo da enorme dívida pública que faz, para atender as suas próprias necessidades, projetos e vícios.

Considere, por exemplo, o fundão eleitoral. Todo ano, o governo federal destina milhões de reais aos partidos políticos, para que eles possam financiar as campanhas dos seus candidatos. De acordo com a definição formal do estado, o fundão eleitoral é “um fundo público destinado ao financiamento das campanhas eleitorais dos candidatos. (…) Alimentado com dinheiro do Tesouro Nacional, ele é distribuído aos partidos políticos para que estes possam financiar suas campanhas nas eleições.”

Ou seja, toda essa descrição formal cheia de palavras bonitinhas busca informar o cidadão que o fundo eleitoral serve para financiar os perversos grupos extorsores — também conhecidos como partidos políticos — que gravitam ao redor do estado, e que estão sempre em busca de alguma parte do espólio da pilhagem institucionalizada praticada contra os cidadãos produtivos, que são compulsoriamente assaltados e coagidos a financiar essas quadrilhas sustentadas diretamente através de roubo legalizado.

Alimentado “com dinheiro do Tesouro Nacional” — se fosse honestamente descrito —, se converteria na seguinte sentença: abastecido com dinheiro roubado da população através de assalto, extorsão institucionalizada e dívida compulsória de riquezas presentes e futuras.

Além do fundão eleitoral, existe também o fundo partidário, que é simplesmente uma outra maneira de retirar dinheiro da sociedade produtiva, para financiar projetos de poder de ditadores políticos, desesperados em extorquir dinheiro dos setores produtivos da sociedade — ou endividá-los compulsoriamente —, com o objetivo de controlar a vida dos cidadãos.

Como pode, portanto, o estado ter a ambição de resolver os problemas da sociedade — especialmente na questão da alocação racional de recursos escassos —, se é justamente o estado o grande responsável por criar todos esses problemas, visto que retira compulsoriamente um volume imensurável de recursos da sociedade, a ponto de endividá-la de forma permanente, comprometendo até mesmo os ativos de ciclos futuros?

Podemos, portanto, afirmar categoricamente que o estado e a política se sustentam em virtude da brutal ignorância econômica das massas. Eles só conseguem existir porque enganam e ludibriam ativamente a população — aproveitando-se da irracionalidade econômica das multidões —, propondo resolver um problema que na verdade é criado e potencializado justamente pela própria existência do estado e da política. 94745-0927

O estado e a política retiram compulsoriamente recursos da sociedade, e esses recursos o governo desperdiça na manutenção da sua burocracia. Portanto, é um atentado à lógica acreditar que o estado pode resolver problemas que são ativamente causados por ele.

Infelizmente, a própria população é obtusa para o fato de que a política e o estado, para começar, nem mesmo são legítimos, porque não existem com o consentimento dos indivíduos e da sociedade. O estado e a política existem porque são imposições do sistema, forçadas de cima para baixo pelos donos do poder a todos os integrantes da sociedade produtiva. Consequentemente, não temos escolha, a não ser aceitar o estado e a política. Mas podemos e devemos agir de maneira a minimizar os danos que ambos causam em nossas vidas, e nas vidas das pessoas que nos cercam.

É fundamental entender que o estado e a política são complementos. Eles atuam juntos, como uma simbiose. Podemos dizer que enquanto o estado é a instituição que efetivamente consolida a escravidão, sendo o poder concreto que subjuga os cidadãos e pratica extorsão contra os indivíduos, a política é o conceito abstrato que doutrina e ilude as massas, renovando a fé delas no estado.

A política é, antes de tudo, a arte de subjugar a sociedade a projetos de poder, muitos deles bastante personalistas e exclusivistas. Mas acima de tudo, a política é a mais virulenta, atroz e deplorável destruidora de riquezas que existe. A política não produz riquezas, nem possui recursos próprios. Ela só consegue se perpetuar expropriando recursos dos indivíduos produtivos, das empresas e do mercado. A política, portanto, consiste na manutenção de um sistema parasitário cuja atuação deixa toda a sociedade mais pobre.

Na verdade, a política fomenta e perpetua todos os problemas que afirma desejar resolver. A política perpetua o estado, que por sua vez perpetua um sórdido e agressivo sistema de roubo e pilhagem institucionalizados.

Relembrando a citação de Bastiat do início do artigo, a verdade é que a quantidade de riquezas, empresas, produtos e empreendimentos que poderiam existir, mas não existem — por conta do estado — é simplesmente grande demais para ser devidamente quantificada. Da mesma maneira, o prejuízo enorme que o estado causa a toda a sociedade por conta disso é impossível de ser realisticamente mensurado.

As possibilidades financeiras, pessoais, econômicas, tecnológicas e empreendedoriais das quais poderíamos usufruir, mas não usufruímos, são simplesmente descomunais. Graças ao estado, a sociedade toda perde uma quantidade enorme de possibilidades relacionadas ao progresso, ao desenvolvimento e a prosperidade — tanto a nível pessoal quanto profissional —, que jamais chegaremos a conhecer de fato, justamente porque essas possibilidades nos foram negadas pela atuação extorsiva e parasitária do estado, que nos obriga a financiá-lo permanentemente por meio do sequestro compulsório de riquezas presentes e futuras.

A imposição autocrática e monolítica do estado não reconhece limites para a sua atuação nefasta e destrutiva. Dessa maneira, o estado, a burocracia governamental, monopólios titânicos que controlam segmentos inteiros do mercado — e que são blindados de sua incompetência pelo estado através de medidas protecionistas —, regulações impraticáveis, tributação extorsiva e custos proibitivos impedem que uma expressiva quantidade de projetos sejam realizados e empresas entrem em atividade. Assim, o mercado é brutalmente asfixiado, de maneira a ser impedido de gerar riquezas. Por conta da atuação nefasta do estado, o ciclo interminável de sequestro, transferência e destruição de riquezas se perpetua indefinidamente.

Quando estamos falando de política, é fundamental entender que estamos falando essencialmente da destruição em massa de riquezas presentes e riquezas futuras. E não estamos falando apenas de riquezas tangíveis; ou seja, não se trata unicamente de bens e produtos materiais. Bens intangíveis — como a criatividade, essencial para a produção de ideias, que por sua vez podem se transformar em inovações que são fundamentais para a implementação de inovações no mercado —, que por sua vez não deixam de ser uma extensão do elemento humano, também são maciçamente prejudicados.

Por essa razão, é razoável concluir que a destruição promovida pela política é impossível de ser devidamente quantificada em valores exatos, justamente porque sua escala temporal compromete ativos não apenas presentes, mas também ativos futuros, tanto os mais facilmente realizáveis, quanto os bens de valor imaterial intangíveis, visto que a política destrói não apenas aquilo que já existe, mas também aquilo poderia vir a existir no curto prazo, bem como tudo aquilo que poderia existir no médio e no longo prazo.

Isso engloba absolutamente tudo o que está relacionado à criatividade e a ação humana, desde uma simples ideia para um novo tipo de combustível, quanto uma empresa de qualquer tamanho — seja ela pequena, média ou grande —, um novo tipo de medicamento para artrite reumatoide, um novo tratamento para a osteoporose, fabricação de equipamentos hospitalares, peças para tratores, instrumentos musicais, componentes eletrônicos, editoração e impressão de livros e assim por diante.

Ou seja, a escala temporal de destruição da política — avaliada na proporção da expectativa de vida dos seres humanos — pode ser considerada praticamente infinita, visto que não temos noção de tudo aquilo que poderia ter sido realizado, desenvolvido e construído, se não fosse pela interferência autocrática e destrutiva do estado em absolutamente tudo.

A própria natureza da burocracia estatal é hostil a todo o tipo de empreendimentos e inovações. Custos proibitivos e regulações impraticáveis existem justamente para desmotivar e desestimular os agentes inovadores. Afinal, quanto menos empresas e produtos inovadores existirem, menos competição haverá. Isso beneficia os conglomerados e as corporações que compram favores e proteção do estado, com o objetivo de transformarem-se em monopólios titânicos, para dominarem totalmente o mercado e atuarem como supremos soberanos imbatíveis. E grandes empresas só podem se transformar em monopólios com o auxílio do estado.

Um grande exemplo nessa questão vem do setor de combustíveis. A décadas atrás, foram inventados veículos movidos a água, eletricidade e até mesmo ar; no entanto, a máfia do petróleo nunca permitiu que essas criações fossem produzidas e chegassem até o mercado. Em determinados casos, seus inventores foram seriamente prejudicados, intimidados e até mesmo ameaçados, caso decidissem ir adiante com os seus projetos.

É muito comum que grandes corporações manipulem o estado de acordo com os seus próprios interesses, fazendo lobby para regulamentações excruciantes — que serão impraticáveis para empresas com uma modesta reserva de capital —, justamente porque desejam ser protegidas da concorrência. A política não ajuda a diminuir, tampouco a mitigar esses problemas. Pelo contrário, a política perpetua um sistema que agrava sobremaneira essas injustiças, e amplia ainda mais as distorções existentes no mercado, por conta das intervenções estatais.

A política não produz riquezas, nem possui recursos próprios. Ela só consegue se perpetuar se expropriar recursos dos indivíduos produtivos, das empresas e do mercado. Consequentemente, a política é um sistema parasitário que só pode existir deixando toda a sociedade mais pobre. Na verdade, ela fomenta, aprofunda, perpetua e agrava todos os problemas que falsamente afirma desejar combater.

Quanto mais politizada for uma sociedade, mais ela sofrerá com a escassez. Com menos recursos, menos empresas, menos produtos e menos inovações competindo entre si, mais pobre será essa sociedade. Quanto mais pobre for essa sociedade, mais ela disputará entre si através da política os escassos recursos existentes. Quanto mais ela se engalfinhar na disputa por esses recursos escassos, maior será a tendência dela de acreditar na política como um meio viável e genuíno para se realizar essa disputa. Quanto mais ela se envolver na política, mais facilmente ela acreditará nas falaciosas e oportunistas demagogias populistas de psicopatas desesperados pelo poder. E esses psicopatas frequentemente farão discursos cheios de frases de efeito, saturados de palavras graciosas e singelas, deliberadamente elaborados para enganar e ludibriar as multidões. E assim, as pessoas que integram essa sociedade irão desperdiçar seu tempo lutando e disputando os recursos escassos existentes, ao invés de se organizar para criá-los. E todos esses eventos se repetirão exatamente da mesma maneira, indefinidamente. E é nesse ciclo deplorável que a humanidade está presa, desde tempos imemoriais.

A política é o mais bestial e cínico de todos os males, pois faz com que pessoas que nem sequer se conhecem se odeiem com furor, fanatismo e truculência. Graças a política, a sociedade fica saturada de ódio e violência, além de ficar mais pobre. Longe de criar riquezas, a política simplesmente perpetua um sistema institucionalizado de degradação, degeneração, hostilidade e irracionalidade econômica, de forma crônica e permanente, causando um nível de degeneração social que se perpetua indefinidamente, sem nenhuma possibilidade de reversão. Ironicamente, a política afirma ser a solução para todos os males que ela própria causa.

Por causa da política, somos todos mais pobres, e não apenas em sentido material, mas em sentido intelectual, emocional e espiritual. A política traz o que de pior existe no ser humano, e isso por si só deveria ser motivo suficiente para nos transformar em inimigos intransigentes do sistema político e de tudo aquilo que o perpetua.

A maneira como o bandido estacionário nos prejudica continuamente — tendo destruído ativos no passado que poderiam estar melhorando nossa vida hoje, depauperando os ativos presentes, que vão gerar escassez amanhã, e comprometendo os ativos futuros, gerando dívidas galopantes para todas as pessoas que estão vivas hoje e as que ainda virão a nascer — é simplesmente incomensurável demais para ser devidamente medida, quantificada e compreendida em suas devidas proporções.

Defender o estado e defender a política é defender ativamente a destruição generalizada de riquezas, não apenas daquelas que já foram criadas, mas daquelas que poderiam ter sido criadas no passado, mas não foram e daquelas que poderiam ser criadas amanhã, mas serão inviabilizadas pelos custos, pelas regulações, pela burocracia, pelo proibicionismo e pela extorsão estatal.

O estado e a política perpetuam um sistema de dívida pública perpétua, que torna todos nós escravos do bandido estacionário e de sua ensandecida voracidade institucional, que demanda de toda a sociedade um nível cada vez maior de riquezas, que nunca é devidamente saciado. O estado nada produz, o estado apenas consome. E nesse processo, consome toda a sociedade, em um ciclo voraz, implacável e interminável.

Wagner Hertzog
Wagner Hertzog
é um defensor radical das liberdades individuais e um dedicado opositor da ditadura totalitária politicamente correta. Atualmente está sendo processado por artigo publicado neste site, que foi posteriormente removido por ordem judicial.
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2 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom mesmo este texto. Vários insights, parece um texto que eu escreveria.
    Na verdade, é possível saber sim o que estamos perdendo em relação “ao não visto” na produção – ou impossibilidade em relação ao PIB potencial. Só que o trabalho é tão gigantesco que seria perda de tempo.

    O estado moderno – burocratizado e anônimo, começou a se formar por volta dos anos 1600, como demonstra a frase L’État c’est moi”, de Luís XIV. Ao contrário do que diz o senso comum, essa frase não é a afirmação da monarquia absolutista, mas a sua inerente fraqueza e dissolução. Ela não foi dirigida ao povo – súditos, mas a corte. Neste tempo, seus agregados já começavam a mandar mais que o rei. Essa frase foi uma tentativa de recuperar o poder perdido. Enfim, esse estado moderno foi uma construção que deu as caras de maneira definitiva a partir da revolução industrial. Aqui é o meu ponto: temos que comparar a produção de mercadorias anterior a revolução industrial e a posterior, num período digamos, até 1900. Não existiu uma segunda revolução industrial, ela parou. A expanção da tecnologia posterior não criou riquezas de verdade como teria feito um mercado livre, sem estado. Ou como eu li esses tempos de um guru da internet: “nos prometeram viagens interplanetárias mas nos entregaram textos com 280 toques”. Como bem notou o autor, é isso que estamos perdendo, por acreditar que uma gangue de ladrões em larga escala faz qualquer coisa que não esteja relacionada a sua agenda de poder.

    Outra questão abordada pelo autor:a política e o estado estão profundamente relacionadas, e isso parece uma obviedade mas não é. A política é o meio que o estado leviatã encontrou para abafar o descontentamento popular que estava fervilhando abaixo dos discursos manifestos. A burocracia estatal é sofisticada o bastante para se antecipar ás demandas legítimas da população – não a ladainha de saúde de graça, mas liberdade. No passado, por exemplo, as execuções eram públicas, pois o governo clássico executava de fato, bandidos. O povo gostava disso. Quem não gostaria de ver um assassino sendo enforcado? pode contar comigo. Mas com o passar do tempo, as execuções públicas passaram a incluir inimigos do governo – inocentes aos olhos do povo, além de se tornar um espetáculo grotesco e cruel. Elas deixaram de serem pública não porque os burocratas são humanitários, mas porque eles foram alertados dorisco do sistema perder a credibilidade. Ou seja, a política em si, é o próprio pão e circo.

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Joaquim Saad on O Retorno à Moeda Sólida
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Revoltado on George Floyd se matou
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Maurício J. Melo on A economia e o mundo real
Maurício J. Melo on George Floyd se matou
Victor Camargos on A economia e o mundo real
Pobre Mineiro on George Floyd se matou
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Universitário desmiolado on A precária situação alimentar cubana
JOSE CARLOS RODRIGUES on O maior roubo de ouro da história
Historiador Libertário on Rothbard, Milei, Bolsonaro e a nova direita
Pobre Mineiro on Vitória do Hamas
Edvaldo Apolinario da Silva on Greves e sindicatos criminosos
Maurício J. Melo on Como se define “libertário”?
Maurício J. Melo on A economia da guerra
Alexander on Não viva por mentiras
Lady Gogó on Não viva por mentiras
Roberto on A era da inversão
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Maurício J. Melo on O Anarquista Relutante
Caterina Mantuano on O Caminho da Servidão
Maurício J. Melo on Mais sobre Hiroshima e Nagasaki
Pedro Lopes on A realidade na Ucrânia
Eduardo Prestes on A verdade sobre mães solteiras
Guilherme on Imposto sobre rodas
José Olimpio Velasques Possobom on Precisamos de verdade e beleza
Ex-microempresario on A OMS é um perigo real e presente
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Maurício J. Melo on Rothbard sobre o utilitarismo
LUIZ ANTONIO LORENZON on Papa Francisco e a vacina contra a Covid
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Maurício J. Melo on Imposto sobre rodas
Lucas Q. J. on Imposto sobre rodas
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