Os fenômenos e aspectos econômicos são misteriosos para uma grande parte de nossa sociedade. Por falta de tempo ou de interesse, os acontecimentos na economia são ignorados pelo povo, porém o governo os conhecem e os manipulam bem. Um dos grandes equívocos que são mal interpretados por influência do poder político, é a inflação. A responsabilidade é jogada para os consumidores e empresas e mentem dizendo que inflação é uma alta dos preços. Neste artigo pretendo expor a explicação de Ludwig von Mises e da Escola Austríaca sobre o que é a inflação e o real culpado.
A inflação é uma distorção no mercado que é causada estritamente por uma decisão do estado, através do banco central. Não há nenhum porém quando se estuda este fenômeno. Muito bem explicada por Mises, a inflação vem da impressão do papel moeda por parte do banco do central. Quando o governo decide aumentar salários do seus servidores ou gastar com qualquer obra ou ação política e ao mesmo tempo não quer aumentar seus impostos, para que não se torne impopular, a impressão de moeda é o único caminho para uma expansão monetária artificial.
O que esta impressão de moeda acarreta é: a quantidade de papel moeda é substancialmente aumentada, enquanto a quantidade de produtos ou serviços não acompanha este aumento. Independente das intenções do governo neste aumento, as consequências são prejudiciais para todo o mercado. A primeira e mais impactante é a alta dos preços. Com mais dinheiro em circulação, é natural que os ofertantes acompanhem a demanda que aumentou, aumentando os preços. Este preço alto, percebido pelos consumidores, é muito impopular, com isso, o governo esperto e maldoso, deposita a culpa nas empresas, tirando de si a responsabilidade e colocando as empresas como grandes vilãs e distorcendo o real significado de inflação. A inflação então fica sendo conhecida como alta dos preços, que as empresas e prestadores de serviço causaram, e não a demasiada quantidade de dinheiro impresso.
O segundo ponto, que é terrível ao consumidor, é a distorção no consumo, caso o dinheiro impresso seja destinado para o aumento salarial dos servidores do estado. Quando isto ocorre, nós temos os servidores com um poder de compra aumentado perante o restante dos consumidores, sendo que o ofertante não acompanha com o aumento de quantidade ofertada. Além dos preços subirem, todos os consumidores e geradores de riqueza assistem seu poder de compra ser desvalorizado. E de novo, com astúcia e malícia, o estado culpa as empresas e ofertantes de produtos e serviços.
Em relação a parte mais prejudicada da sociedade, os pobres são os que sentem os piores efeitos da inflação. A partir do momento que o dinheiro impresso entra no mercado, apenas os amigos e parceiros do governo tem esse dinheiro logo no início. Os mais pobres, até que consigam ter acesso ao novo dinheiro, já testemunharam a desvalorização da moeda. Isso interfere não só no poder de compra, mas também em toda a poupança.
Analisando o sucateamento do valor da moeda, causado pelo aumento da própria, temos um outro efeito analisado pela Escola Austríaca, que é o pensamento a longo prazo que passa a ser desestimulado. A partir do momento que as pessoas, os consumidores em geral, observam a alta de preços causada pela inflação, a perda do poder de compra e a desvalorização do valor da moeda, o pensamento a longo prazo também vai ser descartado, isto é, as pessoas perdem o interesse em poupar e visão ações de consumo a curto prezo, temendo a perda de valor monetária futura. Além de interferir no planejamento futuro de inúmeras famílias, dívidas são geradas por empréstimos para investimentos insensatos, visto que junto com o aumento da quantidade de moeda, as taxas de juros são artificialmente diminuídas pelo governo, para estimular o acesso ao novo crédito. As consequências para toda uma sociedade são catastróficas no âmbito econômico, e acarretam também devastadoras consequências sociais, enquanto políticas vantajosas para o estado se colocar como salvador da economia.
Outro efeito particularmente conhecido, mas não a causa deste, advindo das taxas de juros artificialmente baixas e impressão de papel moeda, é criação de bolhas na economia. Após um curto prazo de uma mentirosa solução criada pelo estado, as consequências de toda essa expansão de crédito bate na porta. O período de boom econômico passa e a recessão vem logo em seguida. A hora de pagar todas as dívidas e a desvalorização da moeda agrega todo o ambiente econômico. Então vem o questionamento da sociedade: como o estado se posiciona após todos os eventos negativos da inflação? É uma reposta que parece ser irreal, porém é ludibriada e na visão de muitos é a solução, que é a criação de mais bolhas. O economista e filósofo austríaco Hans-Hermann Hoppe explica com um pensamento bem simples: na visão do estado, em um momento de recessão econômica, que o próprio estado criou, a forma de solucionar este problema econômico é fazer com que a economia seja impulsionada. Novamente, o estado começa a produzir mais papel moeda e gerar gastos para alavancar a economia. Percebe-se ai o antagonismo entre solução e manobra política. Se o que causou a crise foram gastos impensados, expansão monetária artificial e desajustes na oferta e demanda, a solução encontrada para o problema (de acordo com o estado), é nada mais que a própria causa do problema. Se parássemos para pensar bem, é uma manobra utilizada que Mises chama de “um gasto popular”. Em momentos de crise é a hora do mercado eliminar as distorções que o estado causou, porém, em um regime democrático, isso não gera votos. Qual político aceitaria que o correto a se fazer, é não fazer absolutamente nada e não interferir na economia? Nenhum, certamente. A máquina estatal triunfa em crises e se beneficia de problemas sociais e econômicos. Nós nunca teremos nenhuma solução central econômica advinda do estado.
Observa-se então a guerra do estado contra uma economia saudável. Suas leis ineficientes, impostos maquiados de melhorias sociais e monopolização da moeda através do banco central destrói a nossa saúde econômica. Nossa economia nunca será saudável enquanto não enxergarmos a economia em si como um fenômeno orgânico, e não uma máquina que pode ser manipulada e destruída de acordo com as vantagens de uma classe de parasitas que nada produzem.
A economia é orgânica, não um carro, não há motor, não há como acelerar e frear.
muito boa argumentação
EU ACREDITO QUE NÃO VALE A PENA SEGUIR NESSE DEBATE SEMÂNTICO, SE ELES QUEREM DIZER QUE INFLAÇÃO É AUMENTO NOS PREÇOS DE UM GRUPO SELETO DE PRODUTOS, DEIXEM QUE OS FAÇA. O QUE PODEMOS FAZER, É ESCLARECER QUE AS CONSEQUÊNCIAS DO AUMENTO DA BASE MONETÁRIA SÃO AUMENTO DE PREÇOS, SEM PRECISAR CHAMAR ISSO DE “INFLAÇÃO”.