“He who knows most, knows best how little he knows” –Thomas Jefferson
Todos nós reconhecemos ou vivenciamos uma situação semelhante. Afinal, quem nunca se deparou com alguém, totalmente ignorante em economia e libertarianismo, que nunca leu nada sobre o assunto, agir como um sábio economista e tentar refutar ou debater ideias bem estabelecidas, conhecidas e elaboradas por estudiosos e talentosos especialistas? O maior exemplo, já imortalizado por diversos memes, é a emblemática pergunta: “Ok, mas quem vai construir as estradas?”
Tal situação tem nome. O efeito Dunning-Kruger, como ficou conhecido, é um distúrbio cognitivo em que indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que outros – que são mais bem preparados – fazendo com que tomem decisões equivocadas e/ou cheguem a conclusões indevidas. No entanto – e aí que está o perigo – é esta mesma incompetência que os restringe da habilidade de reconhecer os próprios erros. Trata-se, na realidade, de uma síndrome estudada por dois psicólogos da Universidade de Cornell, Justin Kruger e David Dunning, que a descreveram em um artigo original publicado em 1999 sob o título de “Unskilled and Unware of it: How difficulties in recognizing one´s own incompetence lead to inflated self-assessments” [Sem talento e sem noção: como as dificuldades no reconhecimento da própria incompetência levam a autoavaliações inflacionadas] em uma revista especializada de Psicologia. [1]
As pessoas que se comportam dessa maneira sofrem de superioridade ilusória. Por outro lado, a competência real pode enfraquecer a autoconfiança e, assim, pessoas muito capacitadas podem, por outro lado, sofrer de inferioridade ilusória: julgam-se pouco capacitados e subestimam as próprias habilidades, o que as leva a acreditar que outros indivíduos menos capazes também sejam tão ou mais capazes do que eles. Esse fenômeno é generalizado, e não restrito a debates entre estatistas e libertários.
Kruger e Dunning perceberam que vários estudos anteriores sugeriam que em habilidades tão distintas como compreensão de leitura, operação de veículos motorizados, e jogar xadrez ou tênis, “ignorância, com mais frequência do que o conhecimento, gera confiança”.Esses dois pesquisadores testaram e comprovaram as seguintes hipóteses:
- Indivíduos incompetentes tendem a superestimar seu próprio nível de habilidade;
- Indivíduos incompetentes não reconhecem habilidade genuína em outros;
- Indivíduos incompetentes não reconhecem o grau extremo de sua inadequação;
- Se treinados substancialmente para melhorar seu nível de habilidade, estes indivíduos serão capazes de reconhecer e admitir sua prévia falta de habilidade.
O reconhecimento desse tipo de ocorrência é fundamental para que o libertário não se desgaste com debates infrutíferos com estatistas ou com todos aqueles para quem as ideias de liberdade são novidade. Divulgar o Libertarianismo é tão importante como saber que essa síndrome existe e que já foi estudada, bem como as ferramentas para tentar contornar e reverter o problema. O foco deve ser fornecer o substrato teórico necessário para promover o conhecimento de que trata o item 4, explicitado acima. Despertar a curiosidade e a leitura de artigos libertários, divulgar filmes, seriados e personagens, assim como celebridades, que possam ser identificados com os ideais libertários são apenas algumas sugestões para vencer a síndrome da superioridade ilusória. E, toda a vez que questionar seu próprio conhecimento, pode ficar contente: está no caminho certo!
O que eu mais faço é debater com socialistas, mesmo que eles se achem superiores e que ganharam o debate, eu me preocupo mais em quem lê, e isso é de suma importância, pois muitas vezes alguns dos leitores, concordam comigo e vêem que as conclusões dos socialistas são sem sentido.
Vinícius Tanaka, mas vc também se acha o superior em argumentos já se colocando em posição vantajosa em seu suposto debate. E na verdade você não passa de um ignorante;