Houve um tempo em que os defensores do socialismo argumentavam que ele levaria o homem à abundância material, enquanto o capitalismo de livre mercado levaria apenas ao aumento da miséria e acabaria por entrar em colapso sob suas próprias tensões internas. Você não ouve muito isso hoje em dia, e por boas razões. Um século de evidências empíricas mostrou o contrário – que o livre mercado leva ao aumento da riqueza e da liberdade material, enquanto o socialismo nos leva apenas à pobreza, à supremacia do Estado e, finalmente, ao assassinato em massa.
Nos dias de hoje, o ataque mudou. O capitalismo não nos leva à pobreza; leva-nos a demasiada riqueza. Isso nos torna “gananciosos” e “materialistas”. Leva-nos ao “consumismo” excessivo.
De fato, houve um ressurgimento recente de críticas acadêmicas e literatura de auto-ajuda lamentando o excesso de “materialismo” e “consumismo”, muitos dos quais colocam a culpa diretamente no capitalismo de livre mercado e sua força vital, o dinheiro. Mas será que ter mais dinheiro realmente nos leva a uma preocupação mesquinha com bens materiais? Leva-nos a um desejo excessivo de riqueza material? Isso nos leva a essas coisas à custa do empobrecimento espiritual e do sacrifício de outras preocupações?
Bens Alienáveis e Inalienáveis
Existem muitos bens imateriais que são valiosos para as pessoas, e por boas razões. Valorizamos coisas como dançar, cantar, aprender a tocar piano ou assistir a um belo pôr do sol. Valorizamos o tempo de relaxar, uma amizade, um romance ou qualquer outro relacionamento pessoal positivo. Valorizamos nosso conhecimento, nossa saúde, nosso físico e muitas outras características pessoais. Tudo isso tem o potencial de ter um efeito valioso em nossa vida. Todos são “bens” no sentido econômico, e todos podem ser buscados racionalmente para satisfazer nossos desejos e viver uma vida boa e plena.
Algumas coisas de valor são bens alienáveis: podem ser transferidas para outras. Assim, por exemplo, podemos dar um relógio de ouro ou um par de sapatos para outra pessoa. Podemos ensinar uma pessoa a tocar piano ou fornecer-lhe um cruzeiro em um navio. Mas algumas coisas são bens inalienáveis: não podem ser transferidas para outras. Não podemos transferir nosso tempo, nosso conhecimento, nossa saúde ou nosso físico para outra pessoa. Elas devem adquirir essas coisas por conta própria, por seu próprio esforço. E, claro, alguns bens existem apenas como posses inalienáveis de outros. Nossas amizades existem nos pensamentos e experiências de nossos amigos e de nós mesmos. Nossos romances existem nos desejos e experiências de vida de nosso cônjuge e em nossos próprios desejos e experiências.
Embora bens inalienáveis não possam ser transferidos para outros, isso não significa que sejam inatos. Alguns bens inalienáveis exigem esforço e tempo para serem adquiridos, como conhecimento, educação e outras realizações pessoais. Esses bens devem ser comparados com outros bens que exigem tempo e esforço para serem adquiridos, incluindo muitos bens alienáveis. Assim, embora não possamos adquirir bens inalienáveis trocando bens alienáveis no mercado, ainda assim fazemos escolhas entre esses bens no tempo e esforço que alocamos para sua aquisição.
Por esta razão, a análise de bens imateriais inalienáveis está dentro da esfera da economia e não apresenta nenhum problema particular para a análise econômica. Pois, como Rothbard observa,
A economia … não é uma ciência que lida particularmente com “bens materiais” ou “bem-estar material”. Trata-se, em geral, da ação dos homens para satisfazerem seus desejos e, especificamente, do processo de troca de bens como meio de cada indivíduo “produzir” satisfações para seus desejos.[1]
De fato, como vimos, a economia lida também com o processo de “troca” dentro de nós mesmos, por meio da alocação de tempo e esforço para desejos concorrentes.
Dinheiro e bens alienáveis
Os bens alienáveis, por definição, podem ser transferidos para outros e, portanto, podem ser trocados com outros por algum outro bem alienável. Em particular, os bens alienáveis podem, em princípio, ser trocados por dinheiro – isto é, podem ser comprados e vendidos. É claro que isso pressupõe um comprador e um vendedor dispostos e, em muitos casos, eles estarão ausentes. Mas, apesar desse fato, geralmente ocorre que, na ausência de restrição legal ou repugnância social generalizada, qualquer bem alienável pode ser comprado ou vendido, se o preço for justo.
Assim, quando se adquire dinheiro, está-se essencialmente adquirindo a capacidade de adquirir bens alienáveis. O dinheiro é um substituto para bens alienáveis. Presumindo que o dinheiro em questão seja suficientemente sólido para ter valor para os outros, pode-se adquirir dinheiro, com a certeza de que este pode ser trocado por quaisquer bens alienáveis desejados.
Em contrapartida, bens inalienáveis não podem ser vendidos, pois, por sua natureza, não podem ser transferidos do vendedor para o comprador. Portanto, não se pode comprar boa saúde de outra pessoa, embora se possa comprar frutas frescas, vitaminas, uma bicicleta ergométrica ou uma aula na academia com um personal trainer.
Se todos os bens fossem alienáveis, de modo que todos pudessem ser comprados ou vendidos, então racionalmente poderíamos nos preocupar apenas com a aquisição de dinheiro como substituto para a aquisição desses bens. Assim, se uma pessoa estivesse totalmente desinteressada em quaisquer bens inalienáveis de qualquer tipo, então ela seria de fato a caricatura mais extrema do “materialista vulgar”. Ela trabalharia quase até a exaustão, desejando sua saúde e energia apenas na medida em que lhe permitissem continuar seu trabalho e consumir os bens que seu dinheiro compra. Ela faria caridade apenas se pudesse de alguma forma obter uma vantagem colateral para conseguir mais dinheiro. Ela desejaria amizades e outros relacionamentos pessoais apenas na medida em que pudessem lhe render mais dinheiro.
Preferências entre Bens Alienáveis e Inalienáveis
É claro que não há quem deseje apenas bens alienáveis e, portanto, ninguém que aja dessa maneira absurda. Em vez disso, pesamos racionalmente bens alienáveis e inalienáveis uns mediante os outros, de acordo com nossas preferências particulares e visando alcançar a maior felicidade possível ao longo de nossas vidas. Como observa Rothbard,
ninguém nega que existem bens não-trocáveis e não-comerciáveis (como amizade, amor e religião) e que muitos homens valoram esses bens muito altamente. Eles precisam constantemente escolher como alocar seus recursos entre bens trocáveis e não trocáveis.[2]
Então, como alocamos nossos recursos entre bens materiais alienáveis e bens imateriais inalienáveis? E a aquisição de dinheiro nos condena a uma vida de materialismo estéril? Nossa rica sociedade de shopping center nos leva a um consumo material cada vez maior e a cada vez menos realização interior?
Por que o materialismo diminui à medida que obtemos mais riqueza
Se supusermos que bens alienáveis e inalienáveis estão sujeitos a retornos marginais decrescentes, segue-se que, ceteris paribus, um aumento em um tipo de bem nos levará a deslocar esforço e tempo para a aquisição de outros tipos de bens. Assim, se tivermos mais dinheiro, de modo que possamos adquirir bens alienáveis adicionais, obteremos menos satisfação marginal de outros bens alienáveis adicionais do que obteríamos de outra forma. Nesse caso, desviaremos parte de nosso esforço e tempo da aquisição de bens alienáveis para a aquisição de bens inalienáveis.
Isso é realmente o que acontece em uma economia de livre mercado quando as pessoas buscam racionalmente a satisfação de seus desejos. Rothbard observa que
Não tem sentido colocar a culpa no “dinheiro” pelas tendências de algumas pessoas de valorar bens trocáveis altamente comparados a alguns bens não trocáveis. Não tem uma força na existência da economia monetária que compele homens a fazer tais escolhas; dinheiro simplesmente permite que os homens expandam enormemente suas aquisições de bens trocáveis.
Na verdade, a existência da economia monetária tem o efeito reverso. … O fato de que bens de consumo trocáveis são mais abundantes permite que cada indivíduo desfrute mais daqueles não trocáveis.[3]
Ele observa ainda que
uma economia de mercado em avanço satisfaz cada vez mais os desejos das pessoas por bens trocáveis. Como resultado, a utilidade marginal de bens trocáveis tende a diminuir com o tempo, enquanto a utilidade marginal de bens não trocáveis aumenta. Em suma, a maior satisfação de valores “trocáveis” confere uma significância marginal muito maior sobre os valores “não trocáveis”. Em vez de estimular os valores “materiais”, então, o capitalismo em avanço faz justamente o oposto.[4]
A partir desta análise, vemos que o aumento da riqueza que se obtém no mercado livre leva a um maior desvio de esforços para preocupações não materiais. Assim, vemos que o capitalismo, e o ganho de bens materiais que ele engendra, leva a menos “materialismo” e “consumismo” — em termos de esforço e tempo — em vez de mais.
Uma objeção — que o dinheiro é desejado tanto para status quanto para consumo
Alguns críticos podem se opor a essa análise, apontando para o fato de que o dinheiro e a riqueza material são adquiridos por razões de status social, bem como para consumo. Nesta observação eles estão indubitavelmente corretos, embora isso não mude nossa análise econômica nem um pouco. Pois o nível de status social derivado da riqueza e a satisfação derivada desse status social estão sujeitos a retornos marginais decrescentes.
Um homem que possui uma Ferrari pode de fato ser motivado, entre outros, pelo desejo de exibir seu sucesso material. Ele pode, de fato, obter satisfação de sua visão de que este carro mostra que ele “chegou lá”. Em comparação com a pessoa sem carro, podemos realmente suspeitar que ela tenha tido mais sucesso – em encontrar uma boa carreira, realizar seus desejos ou qualquer outra coisa. Mas considere o status adicional derivado da compra de uma segunda Ferrari. Certamente, isso é de relevância menos marginal do que o primeiro. Afinal, já está claro que esse cara é rico. Uma segunda Ferrari nos mostra que, sim, ele é definitivamente rico.
De fato, a percepção marginal decrescente de status com riqueza é evidente no fato de que a maioria das pessoas considera os bilionários como tendo essencialmente o mesmo status social, independentemente de quantos bilhões essas pessoas tenham. Bill Gates é rico. Rupert Murdock também é rico. Um mais do que o outro, mas cara, ambos são muito ricos. Ambos têm o “status social” que se obtém quando se é rico e há muito pouca diferença marginal entre os dois.
Na verdade, não importa por que obtemos satisfação com os bens materiais. Não importa se isso se deve ao consumo real, status social ou qualquer outro motivo. Tudo o que importa é que nossa satisfação está sujeita a retornos marginais decrescentes.
Outra objeção — que o dinheiro vicia
Outra objeção possível é a alegação de que, embora o dinheiro esteja realmente sujeito a retornos marginais decrescentes – ou mesmo retornos absolutos decrescentes – as pessoas se tornarão viciadas em riqueza e, portanto, a perseguirão em seu próprio detrimento.
Os críticos dos supostos excessos do capitalismo e da aquisição de dinheiro observam o fato de que as pessoas ricas têm apetite por mais riqueza e mais bens, apesar da grande riqueza que já possuem. Eles observam o fato de que muitas pessoas ricas gastam grandes quantias em bens ostensivos e desnecessários que pouco fazem para satisfazer seus desejos. Enquanto um trabalhador pobre economizará seus ganhos por vários anos para comprar uma acomodação modesta, mas crucial, uma pessoa muito rica pode gastar a mesma quantia de dinheiro – ou até mais – em uma peça de joalheria ou na redecoração do quarto.
A partir dessa observação, alguns concluíram incorretamente que a riqueza é viciante – que gera apenas maior desejo em vez de maior satisfação, levando a uma existência vazia de “materialismo” e “consumismo”, desprovidos de realização psíquica. Esta é uma observação antiga. Está expressa na segunda parte do dito de Sócrates que “o contentamento é riqueza natural; luxo, pobreza artificial”[5] e, mais recentemente, pelo crítico social anticapitalista John Ruskin, que “cada posse aumentada nos acarreta um novo cansaço”.
Mas, na verdade, esse comportamento nada mais é do que uma manifestação de retornos marginais decrescentes. A pessoa altamente rica deseja esses bens mais opulentos apenas porque seu desejo de acomodação básica e outros bens mais fundamentais já está satisfeito.
Embora a aquisição de dinheiro e bens materiais adicionais seja feita à custa de esforço e tempo que poderiam ser direcionados para outras atividades não materiais, isso não implica que o homem mais rico seja menos realizado do que o homem mais pobre. Pois o próprio fato de que maior riqueza está disponível com menos esforço significa que mais esforço pode ser direcionado para bens inalienáveis imateriais.
Isso não significa negar que algumas pessoas agem de forma irracional, buscando bens materiais que não as fazem felizes. Alguns podem de fato estar imbuídos de um desejo irracional por bens materiais, o que os leva mais à decepção do que à satisfação, embora isso não seja inerente ao livre mercado. Mas o mero fato de que a satisfação marginal decrescente é derivada de novas aquisições de riqueza não é evidência das propriedades “viciantes” dos bens materiais. É evidência apenas de uma classificação lógica de preferência de bens materiais, com os bens mais importantes sendo comprados primeiro e os bens menos importantes sendo abdicados, a menos e até que uma riqueza adicional seja adquirida.
Por que a sensibilidade ao materialismo existe principalmente entre os ricos
Mais importante do que comparar os hábitos de gastos entre ricos e pobres é observar a quantidade de tempo e esforço despendidos na aquisição de bens materiais alienáveis e de bens imateriais inalienáveis. Pois se nossa análise de utilidade marginal estiver correta, ela prevê que, à medida que a riqueza aumenta, isso fará com que tempo e esforço sejam redirecionados da aquisição de bens alienáveis para a aquisição de bens inalienáveis. E, de fato, é exatamente isso que ocorre.
Observe que são as pessoas empobrecidas das economias atrasadas que dedicam mais tempo e esforço à aquisição de bens materiais do que os habitantes ricos das economias avançadas. Não são os pobres que tão fervorosamente professam seu desejo de maior “realização espiritual” e condenam os males do “materialismo” e do “consumismo”. Eles não buscam bens imateriais com o mesmo fervor. Eles não têm aulas de poesia francesa apenas por diversão – mesmo que isso esteja ao seu alcance. Eles não leem literatura da Nova Era nem praticam ioga.
A sensibilidade ao “consumismo” é uma afetação amplamente presente nos países ocidentais ricos. Isso ocorre em parte porque há mais riqueza material e consumo nesses países. Mas mesmo nos países ocidentais, a apreensão sobre “materialismo” e “consumismo” é mais prevalente entre os intelectualmente afluentes do que entre os pobres ou a classe média.
Além disso, esse mesmo fenômeno pode ser visto em maior escala historicamente, com a ascensão do antimaterialismo acompanhando a era do liberalismo clássico. Mises observou a falácia das críticas ao “materialismo” que surgiram durante esse período:
O século XIX não foi somente um século de progresso sem precedente quanto a técnicas de produção e a conforto material das massas. Fez muito mais do que aumentar a duração média da vida humana: suas realizações artísticas e científicas são imperecíveis. Foi uma era que assistiu ao surgimento de músicos, escritores, poetas, pintores e escultores que são imortais; revolucionou a filosofia, a economia, a matemática, a física, a química e a biologia. e, pela primeira vez na história, tornou as grandes obras e os grandes pensamentos acessíveis ao homem comum.[6]
De fato, o século XIX foi uma época de músicos, escritores, poetas, pintores e escultores precisamente porque foi uma época de grandes avanços em liberdade e riqueza. Poetas e pintores que optaram por exercer seu ímpeto criativo – mesmo quando seus talentos não os levariam à fortuna – o fizeram porque isso os tornavam mais felizes do que se não o tivessem feito. E tornou-os mais felizes, precisamente porque a alternativa — de esforço e tempo empregado para maior riqueza material — era menos importante do que teria sido nas condições precárias que existiam séculos antes.
Essa sensibilidade ao “materialismo” e ao “consumismo” entre a intelectualidade rica não é surpreendente. Pois, como mostramos, é perfeitamente racional que as pessoas mais ricas dediquem mais tempo e esforço a preocupações não materiais.[7] Isso porque, dada a riqueza existente, as preocupações materiais ainda disponíveis para eles são de importância menor em comparação com as preocupações materiais dos pobres.
De fato, a elite rica que se torna lírica sobre seu desdém pelo “materialismo” e “consumismo” é perfeitamente genuína. No contexto de sua própria situação, eles de fato preferem concentrar seus esforços na obtenção de bens não materiais e inalienáveis. Mas é claro que sua preferência, geralmente no contexto de quantidades relativamente grandes de riqueza existente, dificilmente deve ser imposta a outros, muitos dos quais estão em uma situação muito diferente.
Capitalismo e dinheiro não levam ao materialismo ou ao consumismo
Não há força operando no livre mercado que exija a busca frenética por bens materiais, a menos que seja nossa preferência. Como de costume, os críticos do capitalismo de livre mercado que temem que isso leve ao “materialismo” e ao “consumismo” subestimam a capacidade dos indivíduos de tomar decisões racionalmente para sua própria felicidade.
Muitos indivíduos racionais seguiram a máxima do grande dramaturgo inglês Christopher Marlow, que escreveu: “O dinheiro não compra amor, mas melhora sua posição de barganha”.
De fato, isso é verdade em um sentido mais forte do que ele pretendia. Pois se buscarmos racionalmente nossa felicidade, e se respeitarmos nosso desejo por bens materiais e imateriais e nossas preferências entre eles, ter uma abundância de dinheiro e outros bens materiais nos dará maior liberdade e maior inclinação para buscar bens não materiais.
Assim, à medida que satisfazemos nossos desejos de conforto material, naturalmente nos esforçamos mais na busca de outros objetivos, sejam eles conhecimento, família, amizades ou amor. O capitalismo de livre mercado e a abundância de riqueza que ele produz, portanto, nos levam tanto à abundância material quanto à satisfação não material.
Artigo original aqui
____________________________
Notas
[1] Veja Rothbard, Homem, Economia e Estado – com Poder & Mercado, Editora Konkin, pág. 153
[2] Ibid, pág. 1287.
[3] Ibid, pág. 202.
[4] Ibid, pág. 1261.
[5] A primeira parte eu concordo.
[6] Mises, Ação Humana – Um Tratado de Economia, pág. 195
[7] A concentração do sentimento antimaterialista entre a intelectualidade também se deve ao fato de que as características fundamentais da intelectualidade – conhecimento, educação formal, proeza literária etc. – são elas próprias bens imateriais, garantindo que este grupo tenha uma tendência natural para a aquisição de bens imateriais.
Essas observações, eu diria, referem-se à uma economia de livre-mercado, onde no geral os custos para se adquirir riqueza são bem claros para todos. Isso não se aplica aos burocratas do governo e seus capangas do setor privado – com banqueiros, por exemplo. O dinheiro destes caras não vem de fontes que criam riqueza de verdade, mas de transferências compulsórias. Isso altera a percepção da sociedade em termos do que é uma moeda, ou seja, eu acredito que esse dinheiro por nada vira consumismo. Quando os intectuais denunciam o materialismo, provavelmente estão cuspindo na mão que os alimenta.
Os “sinais exteriores de riqueza” – para usar uma expressão que a máfia estatal utiliza muito, de maneira relevante, podem ser localizados no pessoal da mídia: artistas, jogadores de futebol etc… e sem dúvida, esse setor da sociedade é um dos que mais aproveita os mecanismos de falsificação e distribuição de “dinheiro” conduzidos pela gangue de ladrões em larga escala estatal.
Mas o autor tem razão sobre a conduta de ricos e pobres em um livre mercado.
“O dinheiro não compra amor, mas melhora sua posição de barganha”.
O mestre imortal Nelson Rodrigues não concordaria: o dinheiro compra até o amor verdadeiro..
E para completar, um trecho de um funk do MC Kalzin: acabou o dinheiro, o amor sumiu…
olá, desculpa a pergunta pois sou novo no libertarianismo, gostaria de saber o seguinte: Muito se diz que o trabalhador (principalmente donos de empresas milionárias/bilionárias) é alienado ao consumismo pois ele quer acumular o capital. Neste caso, o ato de trabalhar vividamente não seria um um tipo de materialismo/consumismo e sim a busca por um bem inalienável?