No sábado, o mundo foi abalado pela eclosão da guerra no sul de Israel, quando terroristas do Hamas saíram de Gaza, fazendo reféns e matando civis israelenses. O líder político do Hamas diz que os ataques foram uma resposta ao tratamento dado por Israel aos palestinos na mesquita de Al-Aqsa na semana passada. Mas outros relatos indicam que o ataque foi planejado por semanas com a ajuda do governo iraniano e tinha como objetivo marcar o cinquentenário da Guerra do Yom Kippur.
Mais de novecentos israelenses tiveram suas mortes confirmadas até o momento em que este artigo foi escrito. Participantes de festivais de música e membros de uma pequena comunidade agrícola foram massacrados. Mais de cem israelenses e alguns estrangeiros foram capturados e levados para Gaza.
Em resposta, Israel declarou formalmente guerra e ordenou a maior convocação de reservistas da história do país. Na segunda-feira, o ministro da Defesa de Israel anunciou um “cerco completo” a Gaza. “Não vai ter energia elétrica, nem comida, nem combustível, está tudo fechado. Estamos lutando contra bestas humanas e vamos agir de acordo”.
A força aérea israelense começou a disparar contra alvos dentro de Gaza logo após o ataque. Até terça-feira, os ataques mataram mais de oitocentas pessoas, incluindo dezenas de crianças. Uma família perdeu treze membros, quatro dos quais eram crianças, quando seu prédio de apartamentos foi atingido. Na segunda-feira, um porta-voz do Hamas ameaçou transmitir a execução de um refém israelense para cada ataque não anunciado, dizendo: “O inimigo não entende a linguagem da humanidade e da moral, então vamos nos dirigir a ele na língua que ele conhece”.
A cobertura da guerra é muitas vezes intensa e emocional, especialmente quando os acontecimentos são recentes. Isso, claro, porque a reação humana saudável é ficar horrorizado e irritado com relatos e filmagens de pessoas sendo massacradas, capturadas ou forçadas a fugir para salvar suas vidas.
A guerra não é um assunto trivial. É violência em larga escala. No seu melhor, as guerras podem eliminar as piores tiranias e libertar os oprimidos. Mas também podem provocar as piores atrocidades.
É por isso que é tão importante ter uma compreensão firme e precisa de quando a violência é justificada. A história mostra que, sem isso, é muito fácil que nossas reações e emoções humanas saudáveis sejam canalizadas para apoiar novos crimes – nos prendendo em ciclos de vingança indiscriminadas.
O melhor esboço de quando a violência é justificada no contexto da guerra é o ensaio de Murray Rothbard, de 1963, “Guerra, paz e o estado“. Nele, Rothbard mostra que a diferença entre a guerra e todas as outras questões de crime e punição é simplesmente uma questão de escala. Portanto, a proibição geral de invadir pessoas ou bens de pessoas inocentes ainda está em jogo e deve ser considerada absoluta.
Todos são justificados em resistir ou repelir qualquer invasão de sua pessoa ou propriedade, extrair restituição ou punição em resposta a uma invasão, ou ajudar outra pessoa a fazer o mesmo. No entanto, como Rothbard expõe, um dos conceitos mais importantes que muitas vezes se perde ou é esquecido na névoa da guerra é que a violência só pode ser usada para resistir ou punir o agressor. Qualquer violência cometida contra um terceiro inocente em resposta a um crime é, em si mesma, um novo crime:
se João acha que sua propriedade está sendo roubada por José, ele tem o direito de impedi-lo e tentar prendê-lo; mas ele não tem o direito de impedi-lo bombardeando um prédio e matando pessoas inocentes ou prendê-lo metralhando uma multidão de inocentes. Se ele faz isso, ele é um agressor criminoso tanto quanto (ou mais) que José.
O fato de que as guerras são frequentemente travadas entre grupos não muda o fato de que atacar pessoas inocentes é um crime. Mas mesmo que alguém não se importe com os direitos das pessoas nas proximidades do inimigo, atacá-las é uma estratégia ruim.
Matar os amigos e a família de alguém os motiva a revidar – não a desistir e largar as armas. Isso pode ser visto nas reações do Ocidente ao massacre de civis israelenses pelos soldados do Hamas. Eles querem sangue. Talvez as pessoas do outro lado também se sintam assim.
Esse trágico ciclo de ataques indiscriminados, desejo de sangue indiscriminado e ataques mais indiscriminados definiu a guerra dos Estados Unidos contra o terror. Como Scott Horton descreve na introdução de seu Enough Already, Osama bin Laden e suas duas centenas de seguidores planejaram os ataques de 11/9 para atrair os Estados Unidos para o Afeganistão em uma tentativa de replicar a guerra de desgaste afegã dos anos 1980 com a União Soviética – que contribuiu para a queda da URSS. Nas palavras de Horton:
A missão da Al Qaeda foi cumprida quando os Estados Unidos atacaram o Afeganistão em 2001. Mas, se a invasão do Iraque pelos EUA em 2003 foi o “presente esperado, mas inesperado, para Bin Laden”, nas palavras do ex-chefe da unidade da Al Qaeda da Agência Central de Inteligência, o resto da política americana desde então para eles foi como ganhar na loteria. Os regimes no Egito e na Arábia Saudita ainda estão de pé, mas as guerras americanas no Iraque, Somália, Iêmen, Líbia e, especialmente, a guerra secreta contra o governo sírio de 2011 a 2017, ajudaram a espalhar o radicalismo político e religioso de Bin Laden e o conflito violento em toda a região e no norte e oeste da África. Os grupos que declaram lealdade à Al Qaeda ou ao seu grupo dissidente iraquiano Estado Islâmico são agora dezenas de milhares.
Em outras palavras, mesmo que aceitemos que as vidas de árabes, persas e pashtuns não têm valor – que não há nada de imoral em matar seus filhos – a resposta indiscriminada dos EUA ao 11/9 serviu apenas para promover a causa do inimigo e aumentar exponencialmente seu número.
Mas os direitos dos inocentes importam. Aqueles que atacaram e raptaram civis inocentes merecem ser levados à justiça. E aqueles que os mataram merecem morrer. Mas aqueles que não participaram de nada não merecem. Ser difícil capturar ou matar apenas o inimigo não é desculpa para matar inocentes.
Artigo original aqui
Artigo ponderado e assertivo como os demais presentes aqui no site q preservam a aplicação correta da teoria legal libertária. É errado dizer q o Hamas estaria certo ao atacar civis inocentes para revidar a opressão do governo e exército de Israel contra palestinos, mas tbm é igualmente errado essa resposta desproporcional do governo de Israel atingindo infraestrutura civil em gaza e matando igualmente ou mais (até o final dessa ofensiva) civis palestinos do q civis israelenses, e q constantemente sofrem com o tratamento q Israel dá a eles (palestinos) q tiveram terras roubadas (desde o início desse movimento sionista tentando estabelecer um governo de Israel na região da Palestina), foram obrigados a sair do lugar onde moravam e foram jogados pra um “canto” da região de gaza, sofrendo como limitação de entrada de água, luz e comida, mal tratamento das autoridades em postos de passagem, além desses ataques desproporcionais do exército de Israel. É justamente por essa atitude do estado de Israel, q acaba gerando esse ressentimento nos palestinos q fazem eles apoiar Hamas (q ganhou força política como o apoio do governo de Israel inicialmente). Se a esquerda erra ao achar justificado os atos do Hamas, a direita, conservadores e uma parte de libertários lambedores e puxadores de saco do movimento sionista (como forte lobby no governo americano) e na mídia americana e europeia dominada por judeus, passando pano e não dando atenção aos excessos e abusos do governo israelense, especialmente na figurando Netanyahu, um belicista e falcão de guerra.
Então pra vc, deve-se levar florzinha para os ”grupo de libertação” Hamas, que prega a liberdade igualdade na Palestina, né kkkk Me diz, Israel tem que baixar as armas e cantar IMAGINE? Vc critica, mas não traz nenhuma solução, vc é tao tapado quanto, aos que vc xinga….A realidade é diferente do seu pensamento…Israel sim não é bonzinho, mas eles querem a paz, mas os PALESTINO em geral, nao querem a PAZ…..ME diz ai sabixão, COMO VC NEGOCIO, COM QUEM QUER TE EXTERMINAR??
Se vc foi atacado, deve restringir o uso da força contra quem te atacou, caso o contrário vc está sendo tão terrorista quanto os q te atacaram. Seu raciocínio é completamente coletivista e estatista, vc tá defendo a justificação de mortes de pessoas inocentes da Palestina por conta de um ataque de um grupo político q controla a região de gaza (grupo q foi alimentado por israel, seja pra contrapor o Fatah, seja por conta das respostas e atitudes opressivas do governo de Israel) e vc está sim defendendo o estado de Israel (pois está dando carta branca a uma dizimação de gaza de forma insdiscrimida), q além de ter falhado na defesa de seus cidadãos, quando responde o faz de forma totalmente desproporcional, atacando e matando um território altamente povoado, com metade de crianças e mulheres. Se vc olhar o número de mortes dos vários confrontos na região da faixa de gaza, a Palestina sempre tem um número de mortes de civis várias vezes maior, isso sem contar o tratamento dado aos palestinos nas fronteiras, a limitação de entrada de água, energia e alimentos, roubo de terras, etc… Se o Hamas cometeu e comete crimes, o estado de Israel é tão cruel ou pior se for ver o número de vítimas e prejuízo de inocentes, a diferença é q no caso do estado de Israel, a mídia corporativa não lhes chamas de “terroristas”.
O governo de Israel alimenta a escalada das agressões, alimenta grupos como Hamas através de suas atitudes, e merece ser repudiado tanto ou mais q o Hamas, afinal, quem tem mais capacidade bélica é Israel, e se eles usam esse poder sem sabedoria, causam violência e agressões em maior escala. Um bom libertário (basta ver o artigo de Rothbard sobre Guerra e Paz) defende uso de força apenas quando é atacado e limitado aos indivíduos q te atacaram, e sempre tomar cuidado ao analisar confronto entre países, separar governo da população civil e ver a atitude de ambos, além de sempre clamar pela n intervenção e violência de exércitos estatais contra inocentes, além de diminuir a chance de escalada. Da mesma forma q grupos mais extremos na faixa de gaza n quer a existência de um estado judeu (muitos dos quais, como falei, se radicalizaram por conta da postura do governo Israelita), em Israel tbm se tem grupos q defendem o mesmo, e o estado de Israel roubou terras e obrigou muitos palestinos se locomoverem para regiões mais afastadas e isoladas, se coloque no lugar de quem foi roubado e mal tratado, se vc n gostaria de vongança e exterminar o outro lado, da mesma forma q muito israelitas se sentem depois do ataque do Hamas, os dois lados tem razões pra pensar nisso, pois a violência sempre é escalada com o comportamento de estados. Por fim, quem falhou na defesa dos civis de Israel foi o governo e serviço de defesa e inteligência americana, eles q se virem para capturar quem matou inocentes e levar a justiça, ou mata-los, o governo de Israel n tem permissão de destruir a estrutura civil e matar inocentes.
Ótimo artigo. Sempre acho cansativo quando vejo alguém tomando lado em guerras de Estados. É necessário expor à verdade nua e crua, algo que infelizmente a maior parte da população não se importa.
O estado israelense sairá mais forte e inchado desse conflito.
O discurso será algo do tipo:
Precisamos de investir mais nas forças armadas e no serviço de inteligência. (que falhou miseravelmente.)
Precisamos de coibir ainda mais as armas. (Israel, ao contrário do que muitos achavam, tem uma política desarmamentista ultra radical. Pior até do que o Brasil nesse sentido.)
Precisamos investir mais na polícia, dar aos agentes maiores liberdades de repressão.
Precisamos de mais fiscalização, mais leis coercitivas, blábláblá…
Resumo, as liberdades do povo israelense diminuirão muito após esse conflito.
O estado israelense não perderá esse oportunidade, de ouro, de crescer mais.
Isso com certeza, o primeiro ministro baixou a guarda para que isso acontecesse… Estados sempre fazem isso, para ter mais controle, taxar mais impostos etc…..Mas infelizmente, Israel tem que ir pro tudo ou nada, nao tem mais volta….Que os Palestinos de ”bem”, saiam o mais rapido possivel dali e deixem só os terroristas
Quem são os verdadeiros terroristas? Um punhado de militantes que enfrenta a morte certa de peito aberto em precários ultra leves ou uma força de ocupação criminosa que bombardeia indiscriminadamente uma das zonas mais densamente populadas da terra sem qualquer risco pra si próprios?
Quem são os verdadeiros civis inocentes? A população de Gaza confinada no maior campo de concentração da história da humanidade, sadicamente bombardeada pelo terror aéreo de i$rahell ou militares genocidas das forças de ocupação talmudistas os quais, dentro do serviço engajam rotineiramente em atrocidades e fora se divertem no território roubado dos outros enquanto ao lado a massa espoliada vive amontoada numa gigantesca prisão, sem perspectiva e privada dos mínimos direitos?
i$rahell, a Nação do Terror é um país 100% militarizado, não existem “civis” por lá, são diversas gerações que cometeram/cometem/cometerão atrocidades contra a população que espoliaram e oprimem à décadas… Confiram alguns desses “civis coitadinhos” se divertindo com as brutais atrocidades que cometeram no passado: https://www.reddit.com/r/Palestine/comments/172uofd/exidf_soldier_explaining_atrocities_while_laughing/?rdt=33454 .
Incidentalmente cumpre observar que somente os idiotas úteis da direita ko$her (e eis aí novamente a razão de existência da mesma – é o último bote salva vidas dessa porcaria) continuam engolindo a hasbara cretina vomitada pela máquina sionista, nem políticos de esquerda, nem mesmo a mídia controlada consegue mais ter cara de pau suficiente para ocultar os crimes de i$rahell e culpar exclusivamente a resistência palestina…
Tão chato como esse amontoado de clichês, só o amontoado de clichês da torcida organizada do outro lado.
Na boa, discordo completamente desse autor desse texto….depois de tudo que rolou esse cara escreve isso….Nao tem inocente na Palestina nao….TOdos ali sao cumplices….Se vc sabe que tem um grupo terrorista que comanda sua região, vc vai ficar la??? Ou vc apoia esse grupo ou é um tapado…..Nao gosto de Israel, nao sou judeu, mas eles tem o direito de revidar e destruir até o ultimo terrorista…..
Isso aqui só mostra q n entendeu o artigo. Pessoas q n participaram de crimes, n podem ser associadas ao crime apenas pq são governadas pela gangue q cometeu o ataque. Isso é uma lógica estatista e cruel de “defesa”. E se vc olhar a questão, quem está correndo risco de ser exterminado não são os moradores de Israel, mas sim os da faixa de gaza, pois o exército de Israel é muito mais forte e com mais recursos e apoio americano. Não existe isso de “não ter mais volta”, quem está adotando esse discurso belicista, faz parte do grupos daqueles q defenderam as invasões americanas ao oriente médio por conta o 11 de setembro. Quer passar por cima de direitos fundamentais apenas para perseguir objetivos políticos da sua gangue estatal de estimação.
E se for usar o argumento de q os palestinos “apoiam” um grupo terrorista (como se a população tivesse opção viável pra ir pra outro lugar seu idiota!), todos os estados são gangues e agressores, portanto todo mundo q está em algum territorio dominado por um estado o está “apoiando” e é cúmplice de seus crimes. Olha como esse argumento é estupido!
O Hamas está de olho nos comentários…
E a “inteligência” de Israel também…