[A Editora Konkin acaba de traduzir e publicar o livro de Murray Rothbard Pelo fim do Banco Central, disponível on-line]
Depois de mais de 100 anos de inflação e expansões e quebras devastadoras, como podemos nos livrar da causa desses cânceres econômicos? “A única maneira de fazer isso é abolir a falsificação legalizada: isto é, abolir o Sistema de Banco Central e retornar ao padrão ouro”, responde Murray Rothbard em seu livro Pelo fim do Banco Central.
Para os alunos que não tiveram a oportunidade de estudar História Econômica dos Estados Unidos com o falecido Dr. Rothbard, este pequeno volume dará uma ideia de como eram suas aulas.
O Dr. Rothbard nunca entediava seus alunos com gráficos estéreis ou equações complicadas. Nem faz isso neste livro. Esta história do Federal Reserve é sobre mocinhos, bandidos e políticos egoístas ajudando seus amigos ricos e famosos. Também interessante é a discussão de Rothbard sobre a jurisprudência britânica do século XIX que abriu o caminho para o banco de reservas fracionárias. Rothbard aponta que, com a lei de fiança não desenvolvida no século XIX, os banqueiros foram capazes de ganhar três importantes processos judiciais que culminaram com o caso Foley v. Hill e outros em 1848. Neste caso, a Câmara dos Lordes decidiu que os banqueiros contratavam um quantidade de dinheiro, mas não necessariamente para manter esse dinheiro específico em mãos.
Rothbard acaba com o mito de que o Pânico de 1907 levou à criação do Fed. Os banqueiros começaram a tramar pelo estabelecimento um banco central depois que William McKinley derrotou William Jennings Bryan na eleição presidencial de 1896. Já estavam distantes os dias do partido democrata jacksoniano, de dinheiro forte, e o democrata populista Bryan pressionava pela monetização da prata para aumentar a oferta de dinheiro. Os banqueiros de Wall Street apoiaram McKinley, não querendo uma inflação que eles não pudessem controlar.
O Pânico de 1907 foi usado para angariar apoio para um banco central. Mas foram as reuniões da Convenção Monetária de Indianápolis que deram início à rotação política, culminando com a aprovação do Federal Reserve Act em dezembro de 1913.
Com o sistema implementado, tudo o que era necessário era o homem “certo” para controlar a máquina de fazer dinheiro. Em 1914, esse homem era Benjamin Strong, então presidente do Bankers Trust, de propriedade da J. P. Morgan, e melhor amigo dos sócios do Morgan, Harry P. Davison, Dwight Morrow e Thomas W. Lamont.
Strong presidiu o Fed até sua morte em 1928. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele arquitetou uma duplicação da oferta de dinheiro, financiando o esforço de guerra dos EUA.
A propaganda contínua do Fed é que um público zeloso clama por mais inflação, e apenas as cabeças frias do Federal Reserve estão no caminho de um armagedom hiperinflacionário. Claro, exatamente o oposto é verdadeiro. Como Rothbard aponta, “O único culpado pela inflação, o Federal Reserve, está continuamente empenhado em fazer alarde sobre a ‘inflação’, pela qual praticamente todas as outras pessoas na sociedade parecem ser responsáveis. O que estamos vendo é a velha manobra do ladrão que começa a gritar ‘Pega ladrão!’ e corre rua abaixo apontando para os outros.”
Rothbard deixa a parte divertida de desmantelar o Fed para o final. Os amantes da liberdade estão sempre ouvindo que “suas ideias parecem boas, mas como você vai chegar lá a partir daqui?” Rothbard nos deu instruções simples para a liquidação do Fed.
Com o banco central abolido, os bancos estariam por conta própria; chega de credor de última instância ou resgate do contribuinte. O dragão inflável seria morto. O passeio da montanha-russa de boom e bust seria uma reta.
Pelo fim do Banco Central é parte história, parte polêmica e parte um paper político, tendo sucesso em todas as três. Murray Rothbard escreveu outro clássico.
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