Diante do atual cenário de colapso econômico mundial provocado pelas respostas governamentais equivocadas diante da pandemia do Covid-19, e da insistência dos governos em manter políticas centralizadoras, estatizantes e as prováveis tentativas dos líderes políticos em darem um ‘reset’ na economia mundial, é bom lembrarmos onde isso tudo pode nos levar e o que deve ser feito por parte dos agentes empreendedores e defensores da liberdade.
O capitalismo de livre mercado é fruto de uma conjunção de fatores e baseado principalmente na propriedade privada e liberdade para que as pessoas possam se associar livremente e firmar acordos e contratos privados entre si.
Os seus inimigos nunca dormem e sempre estão a espreita de oportunidades para solapar os alicerces civilizacionais do mundo livre e substitui-los por uma ordem político-econômica centralizadora, onde as oligarquias se unem para submeter todos os demais à um completo dirigismo e planificação sócio-econômica, onde uma elite dirigente submete todas as propriedades à um controle central e usurpa a liberdade natural de indivíduos, famílias e grupos de firmarem acordos e associarem entre si, impondo um código de leis, normatizações e regulações de forma verticalizada através do monopólio estatal do uso da força e que supostamente alegam ser reflexo da vontade popular por conta de uns poucos mecanismos que permitem à população eventualmente opinar ou eleger algum suposto representante.
É a falácia da democracia, sempre usada para favorecer cartéis, máfias, lobistas, conglomerados, partidos e grandes players associados.
A principal agenda política das elites partidárias e econômicas é a completa centralização de poder, em detrimento da livre competição mercantil, do poder disperso, distribuído e descentralizado e a imposição de um sistema de controle e engenharia sócio-econômica extrema, destruindo a ordem natural das interações sociais que sustentam a civilização ocidental.
Essa agenda avança a medida que não encontra resistência e corrompe o direito natural, o livre mercado, qualquer interpretação jurídica ortodoxa e todo arcabouço cultural e moral que compõe o que chamamos de mundo livre.
Após guerras, crises econômicas e grandes recessões, os grupos que integram as elites politico-econômica globais, aproveitam para fazer com que os objetivos defendidos por suas coalizões sejam impostos aos demais.
Nessa severa e profunda crise de 2020, que já é a maior crise econômica da história moderna, obviamente não será diferente.
A concentração de shares de mercado, hiperacumulação de ativos, receptação de liquidez injetada pelos banco centrais por agentes primários no mercado de capitais, captura regulatória de todo aparato legiferante estatal e extermínio da competição mercantil por conta do aumento das barreiras burocráticas e regulatórias já está a pleno vapor.
Não apenas acabar com o livre empreendedorismo, concentrar todos os fatores de produção (terras e imóveis, ativos, recursos humanos, inputs e knowledge) nas mãos de poucos arranjos produtivos comandados pelas oligarquias econômicas em parceria com a elite política e seus arranjos políticos ultra-centralizadores, mas também acabar com a família monogâmica, que é o principal alicerce civilizacional e articulador entre propriedades, direito, economia, moral e cultura do mundo ocidental.
Grandes players do mercado financeiro, eurocratas, investidores e shareholders do complexo militar-industrial da OTAN, partido comunista chinês, e demais componentes dos grupos globalistas estão sabendo aproveitar essa crise como nunca, usando a grande imprensa mainstream à seu favor.
O pânico e histeria, deliberadamente disseminados, em conjunto com medidas draconianas e políticas extremas de isolamento social destruíram a hiperconectividade que caracteriza uma típica economia de livre mercado, isolando as grandes cadeias de produção da trama descentralizada de players menores e dispersos que compõe o sistema capitalista.
A civilização, tal como a conhecemos, nunca esteve tão ameaçada.
As tentativas de se sepultar em definitivo a estrutura do mundo livre para substitui-la por um aparato permanente de controle central estão ganhando força, à medida que a opinião pública dos países ocidentais – em grande parte manipuladas pela grande mídia, que endossa a agenda globalista – passa a aceitar como certo o destino traçado pelas oligarquias político-econômicas em substituir o livre mercado por um socialismo corporativista.
Mas o que pode ser feito? Como podemos salvar a civilização da engenharia socialista?
Uma ordem descentralizada, baseada em propriedade, acordos e contratos privados livremente firmados e garantidos por um ordenamento jurídico policêntrico, princípios jurídicos ortodoxos e no dinamismo da competição mercantil precisa se impor contra a tecnocracia, o legalismo e positivismo extremo, que são as ferramentas pelas quais as oligarquias globalistas querem implementar seu completo domínio sócio-político-economico-cultural sobre o mundo livre.
Um livre empreendedorismo laissez faire radical, baseado nas premissas inerentes ao livre mercado, deve ser preservado, mesmo que recorra à desobediência civil e legal, e não pode ceder aos planos políticos de reestruturação econômica e progressismo cultural, que são apenas alavancas para colocar a nova ordem em funcionamento.
Livre empreendedorismo baseado na exploração de todas as possibilidades de produção, logística, inovação cientifica e tecnológica, divulgação e comunicação descentralizada, usando a propriedade como articulador essencial do direito privado e interações descentralizadas entre diferentes agentes.
Para preservar a propriedade, evitar a hiperacumulação e transferência compulsória de ativos econômicos, manter a estrutura jurídica e cultural em funcionamento e não deixar o mundo livre ser derrotado, o empreendedorismo do micro e pequeno agente econômicos deve ser totalmente livre e desregulado, ainda que seja informal, e qualquer indivíduo deve ser deixado livre para produzir valor intercambiável no mercado, a despeito de todo calhamaço burocrático e regulatório existentes.
Cenários extremos exigem flexibilização para que contrapartidas também eficientes possam surtir efeito.
Em nada adiantará a criação de linhas de crédito por burocratas estatais, ou medidas macroeconômicas de estimulo se a célula da economia – o empreendedor – for engessado.
A ação humana não deve ser conduzida por ideologias políticas, agendas progressistas ou interesses partidários ou mercantis de grupos de lobby e articulação politica.
Laissez faire já!