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Adiós Diego, adiós cuarentena

Diego Armando Maradona, o maior jogador de futebol da história (já que Pelé atingiu o status de hors concours) faleceu ontem, dia 25 de novembro de 2020, exatamente quatro anos após a morte de seu amigo e ídolo Fidel Castro. Mas além dessa coincidência, outro fato marcante da data de sua morte é que ela ocorreu no meio de uma quarentena totalitária imposta pelo governo socialista de Alberto Fernández. A quarentena, ou lockdown, na Argentina é uma das mais rigorosas do mundo, com a polícia prendendo pessoas por jogar futebol, comemorar aniversário e até quem sai de casa para passear com seu cachorro – tudo isso com a complacência da nojenta mídia esquerdista –, e é difícil de imaginar um acontecimento capaz de levar mais gente às ruas do que a morte “inesperada” de Maradona.

E não deu outra, milhares de argentinos foram as ruas de Buenos Aires para prestar a última homenagem, se reunindo no Obelisco ontem e hoje fazendo uma fila quilométrica para entrar na Casa Rosada, local onde o corpo está sendo velado. No momento em que escrevo este texto, uma confusão eclodiu quando a entrada no velório foi fechada, deixando centenas de milhares de fãs do lado de fora, causando um confronto com a polícia.

Mas independente de como vai acabar isso, como previsto, uma aglomeração de proporções bíblicas ocorreu, e de acordo com os defensores da quarentena, isso vai causar milhões de mortes!

Os argentinos passaram meses presos em suas casas, a economia foi estraçalhada e eles foram impedidos de trabalhar, de ir ao parque, a restaurantes, bares, igrejas, clubes, academias, festas, casamentos, velórios, cinema, teatro, eventos esportivos, shows… enfim, foram impedidos de viver. O campeonato argentino foi suspenso e depois o futebol foi retomado sem torcida – e torcida na Argentina representa a vida para os torcedores – e para que? Apenas para todos os torcedores de todos os clubes se aglomerarem no dia de hoje, e assim espalhar este “vírus mortal bonzinho”, que apesar de ser um assassino como nunca visto na história, poupa 99% de suas vítimas. Mas segundo os profetas do caos defensores da quarentena, Maradona deve levar com ele outros milhões de argentinos devido a essa violação massiva do isolamento salvador.

Obviamente isso não vai ocorrer. As quarentenas são completamente inúteis para conter a disseminação do vírus e apenas causam inúmeros outros problemas sociais, econômicos e de saúde. A Argentina colocou a população em prisão domiciliar por meses e está com uma das piores taxas de mortalidade do mundo. Já a Bielorrússia não prendeu ninguém e não fechou nada (inclusive continuou com campeonatos de futebol e hóquei com torcida) tem uma das menores. Que esta aglomeração infeliz ao menos sirva para que os argentinos acordem para esta Fraudemia que lhes foi imposta e acabem com ela de uma vez. Nunca houve razão para aprisionar as pessoas, e depois dessa multidão aglomerada, não existe mais nenhuma desculpa esfarrapada para tudo não voltar ao normal amanhã. O que os quarentenistas vão dizer para proibir jogos com torcida agora? Que o vírus tirou uma folga para o velório que reuniu todas as torcidas, mas que ele vai voltar nos jogos das torcidas separadas e matar todo mundo? A única tragédia mesmo é a morte precoce de Maradona, mas ele continuará eternamente vivo para todos amantes do futebol. Descanse em paz Diego.

 

Fernando Chiocca
Fernando Chiocca
Fernando Chiocca é um intelectual anti-intelectual, abolicionista e praxeologista. Foi um dos fundadores do Instituto Mises Brasil em 2007, rebatizado como Instituto Rothbard em 2015.
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2 COMENTÁRIOS

  1. Foi a primeira coisa que pensei quando anunciaram que o velório seria aberto ao público. Ué, mas não temos um lockdown em andamento? A imprensa nojenta não está falando nada e não vê nada de errado agora? E o povo gado que defende essa merda toda, não sente nem um pouco de vergonha por ter feito papel de idiota? Meu Deus, que raiva!

  2. O que mais me assustou após o velório do maradona, foi perceber a inércia anterior do povo, que não se mexeu para sair às ruas e enfrentar a tirania do estado, e que então retorna ao lar sem interesse em sua própria liberdade.
    No mais, excelente artigo.

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