Tenho sido bastante explícito que o que estamos lidando hoje em dia com a resposta dada ao Covid, a ideologia esquerdista woke, a cultura do cancelamento, a censura da Big Tech, incessante propaganda da mídia e gaslighting, o capitólio armado e entrincheirado, um governo controlado pelos democratas decidido a distribuir dinheiro e permitir a imigração irrestrita, a revogação da expressão e associação religiosa, a imposição de valores perversos goela abaixo, a exigência de que neguemos a realidade de nossos sentidos e admitamos absurdos absolutos – a lista pode continuar – é totalitarismo.
Ao apontar e criticar esses males, não hesitei em chamar sua combinação de um rastejo totalitário transformado em uma corrida totalitária. A velocidade com que a liberdade foi solapada tem sido surpreendente. Eu previ isso anos atrás, quando enfrentei uma multidão esquerdista woke na Universidade de Nova York. Eu sabia que por trás dos loucos ativistas da justiça social que me denunciaram e arruinaram minha carreira acadêmica apenas por criticar sua insanidade estava um neo-stalinismo em ascensão. Agora, aqui estamos.
Ao chamar esses desenvolvimentos de totalitarismo, alguns sugeriram, pelo menos por meio de seu silêncio, que meus pronunciamentos foram exagerados. A eles eu respondo, às vezes por implicação e de outra forma, continuando a chamá-lo como vejo: Prefiro estar errado do que lamentar. Estou disposto a arriscar minha reputação gritando lobo quando de fato vejo um lobo.
Hoje, o estado é como uma célula que inclui a maioria das grandes corporações. Estamos testemunhando uma fusão surpreendente de poder corporativo e governamental para fazer cumprir suas regras. Tecnicamente, isso é fascismo. Mas, uma vez que a ideologia e a retórica não são fascistas per se, mas socialistas e “woke“, resisti a esse rótulo e lutei para nomeá-lo de outra forma. Eu o chamei de “socialismo corporativo” porque, ao contrário do fascismo, é antinativista e antinacionalista; é internacionalista, corporativista e socialista ao mesmo tempo: fascismo internacional, se você quiser. Sim, eu sei que o fascismo se desenvolveu diretamente a partir do socialismo marxista, que Mussolini foi um importante socialista antes de se tornar fascista, que a Itália foi considerada um “proletariado” nacional e assim por diante. Mas a retórica e a ideologia socialista e woke são neo-marxistas. Joe Biden é uma mera caneta usada por socialistas corporativos para pôr em prática sua agenda.
Sem o núcleo da célula, ou seja, o governo, esse estado ampliado não existiria. Mas não pode haver dúvida de que o estado agora supera o governo, embora não pudesse existir sem o governo. Mas a célula é mais do que seu núcleo. Agora inclui empresas que atuam como seus agentes de fiscalização. Considere, por exemplo, a maneira como as instituições corporativas agora não apenas cumprem os preceitos Covid de crise, mas também os aplicam ativamente. Elas estão fazendo o mesmo com todos os outros preceitos do Grande Reinício.
Alguns libertários sugeriram que a solução para esta crise é meramente recuar e descentralizar – ignorar os estatistas, formar enclaves libertários locais, virar as costas ao inimigo. Embora eu concorde que a descentralização é uma meta, contraponho essa sugestão com uma réplica simples: diga isso a Receita Federal. Diga isso quando eles aparecerem para fazer cumprir uma vacina obrigatória. Diga isso aos húngaros que enfrentaram os tanques stalinistas. Ou diga isso aos enviados para o gulag da União Soviética. O que quero dizer é que os totalitários não vão deixar você sair. Eles estão decididos a subjugar você.
Como Murray Rothbard teria respondido aos desenvolvimentos perniciosos que enfrentamos? Acho que sua resposta está contida no ensaio “A resistência contra o mal”. Lá, ele argumenta que o isolamento é pior do que se vender, que não é suficiente separar-se, tornar-se monges libertários, por assim dizer. Tal monasticismo equivaleria não apenas a se separar, mas também a ceder tudo o que vale a pena salvar aos monstros. Ao contrário de Voltaire, cuja resposta à Inquisição e outros horrores em Cândido foi: “Devemos cultivar nosso jardim”, a solução de Rothbard foi lutar para livrar os monstros de nossa terra; caso contrário, embora possamos ter um pequeno jardim paralelo, o resto do mundo viverá em um verdadeiro campo de concentração.
Então, vamos chamar o inimigo pelo que ele é: totalitarismo. Não vamos se isolar. Vamos lutar pela terra. E vamos espalhar o jardim por toda a terra, não apenas esculpindo algumas pequenas ilhas para nós, o que, afinal, pode ser impossível.
Artigo original aqui
Tem duas coisas que me vêm à cabeça com esse artigo…
A primeira é a observação de que totalitarismos sempre acabam, mais cedo ou mais tarde. Pode parecer coisa de “derrotista”, mas realmente parece existir uma espécie de ciclo liberdade-tirania na sociedade. Bater de frente contra a corrente tirânica pode ser nobre e necessário, mesmo que seja só para envergonhar as pessoas, lembrá-las de que existem princípios pelos quais alguns estão dispostos a morrer. Mas o efeito imediato provavelmente será insignificante. As massas não mudam de idéias e de hábitos facilmente. O momento por trás da zeitgeist é tamanho que é necessário muito tempo para mudar de direção. Acho que tanto os “monges libertários” quanto aqueles que resolvem trabalhar “dentro do sistema” têm seu lugar nesse processo.
Falando nas massas, a outra coisa que me veio à cabeça, dado o último parágrafo do artigo (“…vamos espalhar o jardim por toda a terra…”) é da observação que apenas um pequeno número de pessoas está equipada para funcionar em uma sociedade libertária e ajudar a preservá-la. Tenho sérias dúvidas de que seja possível espalhar o jardim por toda a terra, por mais que soe bonito.