Nova fonte em Viena expressa desprezo pela cidade e seus habitantes.
Muitas vezes me perguntei o que alguém que cresceu em Viena pensaria se de repente fosse transportado para a outrora bela São Francisco e confrontado com o espetáculo de milhares de moradores de rua vivendo nas calçadas e usando-as como latrinas.
Acredito que ele ficaria tão chocado com a miséria, a ruína e a indignidade disso que dificilmente acreditaria ser possível em um país que se considera civilizado. Ele literalmente diria para si mesmo: “Isso não pode ser real”.
Por um tempo, na década de 1990, a cidade de Viena tolerou viciados em drogas que perambulavam ao redor da estação de metrô Karlsplatz, mas acabou mudando a política porque os habitantes da cidade se opuseram a ela. Por tradição de longa data que remonta ao rápido crescimento de Viena no século XIX – guiados por planejadores urbanos muito talentosos e de mentalidade cívica – os habitantes de Viena passaram a considerar sua cidade um lugar belo, limpo e ordenado, celebrado na canção popular “Wien, Wien, nur du allein” (Viena, Viena, só você sozinha).
Aqueles que agora dirigem a cidade de Viena parecem entender que o espetáculo da desumanização, expresso por humanos reais vivendo em miséria abjeta nas ruas, não seria tolerado. Outra abordagem para normalizar a feiura e a subversão da dignidade é expressá-la em um monumento público.
Esta manhã vi a notícia de que a cidade de Viena inaugurou recentemente uma nova fonte no bairro de Favoriten, perto da Estação Ferroviária Oeste, na qual gastou 1,8 milhões de euros de dinheiro dos contribuintes.
Observe a distorção revoltante do que parece ser uma figura vagamente feminina usando uma máscara. Esta é uma expressão de puro ódio e desprezo pela humanidade. O povo pobre de Favoriten que passa por ela todos os dias acabará se acostumando com o pavor e o desconforto que sentirão quando a virem.
A fonte está sendo anunciada por administradores distritais incrivelmente estúpidos como “um lugar para as crianças se refrescarem nos dias quentes de verão”. Os responsáveis por ela sabem que as crianças vão, durante esses verões mágicos da infância, ser marcadas por essa monstruosidade. Elas pedirão para suas mães levá-las para brincar na fonte, e as mulheres também se resignarão à feiura dela.
Alguns leitores sugeriram que minhas frequentes incursões em assuntos fora do foco do Dr. McCullough na medicina e na saúde pública são uma distração. Discordo. As políticas estatais de saúde pública são uma expressão do mesmo espírito que animou a decisão de erguer este monumento em uma praça pública em Viena. Com tais gestos, o Estado está dizendo aos cidadãos: “Sua crença na dignidade e nos direitos inalienáveis do homem não é mais sustentável. Homens e mulheres individuais não são nada.”
Artigo original aqui
É depois tem gente que condena o vandalismo contra o património público…
Está aí um “patrimônio” público que merece todo o vandalismo possível, mesmo custando 1,8 milhões de euros.
Tem muito pedreiro por aí que consegue construir uma fonte muito mais bonita que essa, e por um preço muito, mas muito inferior a 1,8 mihões de euros.
Uns dias atrás mesmo um parente meu estava bricando sobre como nós olhariamos para um novo parque que estava sendo construído para dizer “olha lá, esse parque nos custou um milhão”, mas o mesmo parque acabou sendo cancelado por irregularidades no repasse de verbas… aí você olha para essa aberração que supostamente era para ser uma “fonte” e percebe que podia ser pior.
É marxismo cultural em toda a sua essência. A relativização da arte e do belo é um dos artifícios para criar a mentalidade de que tudo está sob auspícios arbitrários, incluindo direitos.
É a manipulação da linguagem promovendo a modificação da cultura.
Não existe Marxismo Cultural
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Olavo de Carvalho já deu aulas mostrando saber que os autores vinculados à Escola de Frankfurt não podem ser descritos pura e simplesmente como “marxistas”.
Pelo contrário, apesar do intuito de crítica social, eles subvertem os fundamentos do marxismo com forte influência hegeliana, freudiana, existencialista, neo-kantiana e idealista.
Outras tendências na Filosofia e ciências humanas, como o estruturalismo, o pós-estruturalismo, o desconstrucionismo etc., tampouco podem ser tidas como marxistas.
Elas se desenvolvem com forte influência dos campos da linguística, semiótica, psicologia e outras.
São esses desenvolvimentos teóricos e metodológicos que se vinculam mais diretamente à esquerda liberal defensora de pós-modernices, e não o marxismo propriamente dito.
Quando Olavo e seus sequazes jogam todos esses autores e escolas e militantes num mesmo saco e os rotula de “marxismo cultural”, constroem um espantalho cuja função é meramente erística e voltada para fins políticos.
Eles pensam que esse jogo retórico não tem nada demais desde que sirva para combater as ideias citadas acima e a militância desenvolvida em torno delas.
Só que além de espalhar burrice e desinformação, essa retórica ajuda a ocultar as verdadeiras raízes sociais que possibilitam a militância progressista se apropriar dessas tendências.
E com isso permite que as causas continuem operando nas sombras.
As causas não estão em ideias e teorias criadas por acadêmicos , mas na revolução cultural impulsionada pelo capitalismo e sua ideologia de base, o liberalismo.
O consumismo e individualismo liberal capitalista levam à privatização da ideia de bem, ao procedimentalismo, à erosão dos laços comunitários, ao Estado cartesiano, ao transbordamento das paixões para que organizem a vida social por meio do Mercado.
Olavo e seus sequazes não apenas escondem essa verdade como se tornam agentes daquilo que declaram combater ao proporem como suposta alternativa ainda mais liberalismo e ainda mais capitalismo.
É o capitalismo liberal que gesta e impulsiona o globalismo cosmopolita pos-moderno fundamentado nas finanças sem pátria.
Abraçar o capitalismo e o liberalismo como soluções para o cenário atual é como tentar apagar um incêndio jogando gasolina no fogo.
A mitologia de um “marxismo cultural” já morreu.
Ela é insustentável em um mundo em que os principais motores das causas globalistas são megacorporações como Apple, Google, McDonald’s, Coca-Cola, Microsoft e outras.
Seguiremos submetidos a essa lavagem cerebral enquanto não atacarmos as suas fontes: o liberalismo, enquanto filosofia, e o capitalismo, enquanto ordem econômica, e especialmente a subordinação ideológica do Brasil aos influxos culturais vindos dos países atlantistas.
Atacar o capitalismo como ordem econômica? Alguma parte ou outra do seu texto pode ter alguma veracidade, mas ninguém por aqui está disposto a voltar a era feudal, ou muito menos instalar o comunismo.
O capitalismo e o liberalismo não mostraram muitos avanços em relação à Europa católica medieval. Só podemos entender a extensão desta tragédia se considerarmos o estado moderno, a falsificação de moeda em larga escala, o vício em dívidas/consumismo e grandes corporações fascistas como um único organismo.
A palavra “capitalismo” como conhecemos hoje é literalmente um espantalho que Marx criou para espancar, tanto é que se popularizou junto ao neoliberalismo e o progressismo. É exatamente por razões assim que eu desprezo o entendimento de que o “capitalismo” é um sistema ou uma ordem econômica, muita gente utiliza a novilíngua da esquerda diariamente e nem se dá conta disso, e tudo isso só serve para propagar ignorância.
Quando Adam Smith atacou o mercantilismo, não foi para instalar um ‘capitalismo’, foi para defender às bases do livre-mercado que estavam sendo ignoradas por diversas nações até então. O tal “sistema capitalista” só foi servir como bordão popular muito depois, quando indivíduos tendenciosos começaram a utilizar das economias mercantilistas e intervencionistas para falar sobre como a sociedade se sustentava somente a base de capital, ignorando todas às leis econômicas clássicas que existiam até então. Isso possibilitou que o Keynesianismo e todas às aberrações macroeconomicas atuais se propagassem sem muita resistência.