Atualmente parece que a pior coisa que um ser humano pode ser é racista. Ao mesmo tempo, o supra sumo da virtude é ser um eloquente antirracista. Assim, toda vez que surge uma acusação ou um vídeo de um ato considerado racista – por mais duvidoso, irrisório, irrelevante, obscuro e longínquo que seja – os sinalizadores de virtude de plantão não podem deixar de vociferar condenações contra o suposto racista e demonstrar compaixão pelo sofrimento atroz da suposta vítima de um ato alegadamente tão devastador.
Olhando por uma perspectiva livre de juízo de valor, tudo o que ocorre até este ponto são pessoas expressando suas opiniões. O racista teria expressado que não gosta de determinada raça, ou que ela seja inferior, ou que uma pessoa não presta apenas por ser de uma raça, etc. Por sua vez, o antirracista expressa sua opinião de que a opinião do racista é absurda, errada, imoral etc. Porém, os antirracistas não param por aí: eles partem para a agressão física. Os antirracistas exigem que os racistas sejam agredidos por causa da opinião deles.
Antigamente éramos educados para nunca bater em um coleguinha provocador, não importa o que ele dissesse ou fizesse – a não ser que ele batesse primeiro ou que chamasse para a briga. Hoje, basta uma pessoa imitar um animal errado ou dizer alguma palavra proibida que as pessoas maravilhosas do bem conclamarão em uníssono que ela seja agredida, punida fisicamente, que dinheiro seja retirado à força dela através de multas ou reparações judiciais ou até mesmo que ela seja sequestrada e jogada numa cela por anos. Tudo isso por ela ter uma opinião que eles acham feia. A gangue criminosa que é o Estado do Brasil sacia a sede de sangue dessa turba antirracista prevendo até 3 anos de prisão pelo “crime” de opinião.
Um caso corriqueiro ocorrido esta semana ilustra o nível que chegou a opressão violenta dos antirracistas. A coisa mais comum que existe são torcedores de um time xingarem os torcedores ou jogadores adversários. Eles se xingam de tudo quanto é nome, porém existem algumas palavras e até simples gestos que são proibidos pela censura antirracista imposta através da coerção agressiva. No último domingo, uma torcedora do Athletico-PR foi filmada imitando macaco em um jogo contra o São Paulo, e por causa disso as pessoas maravilhosas antirracistas do bem em toda parte estão exigindo que a garota seja agredida fisicamente por causa de um gesto, e um delegado já pediu o vídeo ao Athletico para avaliar se a torcedora cometeu racismo. Caso avaliem que ela fez um gesto que eles não gostam, homens armados irão atrás dela onde quer que ela esteja, e irão obriga-la à força a entregar seu dinheiro ou então imobilizar seu corpo e joga-la em um camburão para levar a moça até uma cela onde ficará atrás das grades por meses ou anos.
Por mais que alguém considere o racismo execrável, ele é apenas uma opinião, e usar a força contra alguém que apenas expressou uma opinião é algo muito pior. Aliás, o que tem de tão ruim exatamente em ser comparado com um macaco? Ou ser chamado de preto? Dizer que minha mãe trabalha como prostituta (filho da puta) ou que minha esposa faz sexo com outro homem (corno) não é pior do que dizer que eu tenho uma pele escura (preto)? E, de fato, a maioria considera uma coisa ruim ter uma mãe prostituta ou uma esposa infiel, mas o que tem de ruim em ter uma cor escura? Ou seja, preto sequer é um xingamento, a não ser que os maravilhosos antirracistas considerem ruim ser preto, o que faria com que eles próprios fossem racistas. Ademais, o que tem de ruim com o macaco. Macaco é um dos animais mais inteligentes que existe. Ser comparado com um macaco é pior do que ser comparado com uma girafa (pescoçudos), baleia (gordas) ou tucano (narigudos) exatamente por que? E existem macacos com pelos castanhos, ruivos, loiros, não só morenos. Ou seja, a comparação sendo por causa da cor da pele, qualquer pessoa pode ser chamada de macaco. Aliás, Gilberto Freyre nota que “os lábios dos macacos são finos como na raça branca e não como na preta… Entre as raças humanas são os europeus e os australianos os mais peludos de corpo e não os negros. De modo que a aproximação [de negros com macacos] quase se reduziria às ventas mais chatas e escancaradas no negro do que no branco.” Voltando ao Jardim de Infância, diríamos às criancinhas que elas não devem bater no amiguinho que o comparou com um animal. Mas lições elementares de sociabilidade foram esquecidas e os bárbaros antirracistas agora defendem agressão para quem comparar certo tipo de pessoa com um animal específico.
Vivemos em uma enorme escola primária em que adultos infantilizados são condicionados a responder palavras com violência física. Esqueça o “você é bobo” – “bobo é você”. Agora é assim: “você é bobo” – “o que? Você me chamou de bobo? Vou fazer um boletim de ocorrência na polícia e te processar e arrancar seu dinheiro e colocá-lo na prisão. E se você resistir a esse assalto e sequestro, será assassinado.” Não estão fazendo muito isso com a palavra “bobo”, mas com as palavras “preto” e “macaco” fazem exatamente isso. Todavia, o que qualquer mãe decente no passado diria para seu filho de pele escura fazer se fosse chamado de preto? Diria, por exemplo: “filho, responda que você é preto mesmo, e com orgulho”. Pronto, fim da história. Mas hoje, não só as crianças, mas os adultos são instruídos e encorajados pelo papai estado a considerar uma ofensa qualquer alusão a cor escura de sua pele e a iniciar um processo de violência que pode levar até a morte da pessoa que o chamou de preto.
E isso nem sequer é racismo, pois preto não é raça. Não existe uma raça negra. Raça Negra é só uma banda de pagode dos anos 1990. O que existem são diversas raças em que uma de suas muitas características é uma pele com graduações de tons escuros. E existe e sempre existiu muito racismo entre as diferentes etnias negras. Racismo é só uma opinião, logo jamais pode ser considerado um crime. Porém, embora o racismo possa ser considerado uma ideia abjeta em muitas situações, ele também não é algo imoral per se. Existem muitas situações em que não há nada de errado em usar o critério da raça para escolher ou rejeitar uma pessoa. Por exemplo, uma mulher da etnia ioruba pode amar sua raça e querer preservá-la, então rejeita se relacionar com homens brancos, amarelos, vermelhos ou de outras raças pretas. O Japão é um país intensamente racista, onde os japoneses discriminam abertamente não-japoneses de muitas maneiras, com estabelecimentos comerciais que proíbem a entrada de outras raças e até com o governo oficialmente dificultando a residência definitiva de estrangeiros no país. E existem cidades e bairros nos Estados Unidos em que só vivem judeus e eles não vendem e não alugam nenhum imóvel para quem for de outra etnia diferente da judaica. Onde está a convulsão raivosa dos antirracistas nesses casos de racismo? Silêncio absoluto – ainda bem, pois estão todos apenas exercendo seus direitos de escolher.
Essa indignação seletiva dos antirracistas parece implicar que eles acreditam piamente que pessoas negras sejam inferiores, pois são as únicas que precisam da proteção de homens armados do estado contra atos ou simples palavras discriminatórias. Isso seria estranho se já não soubéssemos que os antirracistas são as pessoas mais racistas que existem ao defender que pessoas sejam discriminadas e tratadas diferentemente exclusivamente por causa de sua alegada raça ou apenas pela coloração de sua pele. Eles fazem isso ao apoiar as cotas racistas e outros tipos de ações afirmativas que conferem privilégios a algumas “raças” e, consequentemente, prejudicam outras. Isto é o que racismo exatamente é.
Aliás, os antirracistas são racistas que parecem odiar todas as raças e estão em campanha para destruir não só as raças brancas, como as negras e todas as outras através da insistência lacradora em casais inter-raciais. Produções cinematográficas e peças publicitárias por todo o Ocidente fazem questão de promover casais de raças diferentes, cuja consequência seria a aniquilação de suas raças em apenas uma geração. Esta lacração woke já dominou ficções clássicas e filmes e séries de época, destruindo retroativamente até o passado racial da cultura de países europeus. A série Bridgerton de 2020, que é ambientada no período entre 1811 e 1820 – quando a Inglaterra era quase que exclusivamente branca – retrata um ambiente formado por negros, indianos e brancos, inclusive na nobreza e na família real britânicas. Outro exemplo é o filme de 2019 A História Pessoal de David Copperfield, não o mágico, mas o personagem do romance de Charles Dickens de 1849 que se passa na Inglaterra vitoriana do século XVIII. O elenco também é formado por atores brancos, negros, chineses e indianos. Ora, se a Inglaterra dos séculos XVIII e XIX fosse como a retratada pela esquerda lacradora, hoje não haveria brancos, negros, chineses nem indianos na Inglaterra, apenas pardos e mestiços. As raças que esses antirracistas racistas alegam valorizar e prestigiar em suas fraudes históricas cinematográficas já estariam extintas hoje, e estarão extintas amanhã se o comportamento que eles promovem for adotado.
Os pedidos para que a menina torcedora do Athletico Paranaense fosse punida fisicamente por homens armados por ter feito um gesto imitando um macaco vieram de todas as partes, da esquerda e da direita. A agressividade dos antirracistas permeia toda a nossa sociedade, mostrando que civilidade é um conceito morto e enterrado pela barbárie que domina a bestial opinião pública. Anos atrás, dois outros casos ocorridos no futebol mostram a diferença de educação de dois atletas. O primeiro foi o goleiro Aranha, do Santos, que tentou paralisar uma partida e fez um escarcéu por ter sido chamado de macaco. O coitadinho do jogador profissional de time da primeira divisão, logo milionário, se sentiu ofendidinho e queria punir os torcedores pé-de-chinelo que o “xingaram”. O outro caso foi do jogador Daniel Alves – que não é negro mas um típico pardo brasileiro, e tem olhos verdes – que quando foi chamado de macaco por um torcedor que jogou uma banana nele, sua reação foi comer a banana e continuar jogando como se nada tivesse acontecido, sem se vitimizar, chorar, parar a partida ou pedir punição. Enquanto Daniel foi aplaudido, parabenizado e até gerou uma campanha de apoio com o ótimo slogan “Uma ofensa só pega quando irrita você”, se tornando um exemplo de atitude correta contra o racismo, o goleiro Aranha foi esquecido e teve sua carreira encerrada depois da sua atitude mimizenta. Aparentemente nenhum clube quis um floquinho de neve vitimista problematizador em sua equipe. (O jogador Amaral também deu uma aula de como se portar diante de tentativas de ofensas das torcidas adversárias.)
O torcedor que jogou a banana em Daniel Alves foi identificado e banido dos estádios de futebol. Esta é uma punição que não viola a ética. Os donos dos estádios têm o direito de barrar a entrada de quem quiserem. Como Rothbard nos ensinou, não existe um direito de liberdade de expressão; o que existe é o direito de expressar qualquer opinião em sua propriedade ou na propriedade de quem permitir. Todos têm o direito de se recusar a negociar e interagir com pessoas que expressam opiniões que eles não gostem e de promover boicotes sociais. O que ninguém tem o direito de fazer é agredir alguém por causa de uma opinião ou de um simples gesto. Existe selvageria pior do que esta turba exigindo que uma garota seja agredida por ter imitado um animal? E o caso da torcedora do Athletico não foi o único dessa semana. Outro caso ocorrido em Portugal ocupou o espaço de quase toda a mídia. Uma bêbada em um restaurante teria dito “Voltem pra África” para um casal de angolanos e para os filhos – de uma etnia negra do Malawi – da atriz Giovanna Ewbank. As crianças nem entenderam e o casal angolano parece nem ter dado muita bola. Mas a atriz armou um barraco, agrediu fisicamente a bêbada e depois ela e o marido Bruno Gagliasso fizeram uma queixa formal para que a bêbada seja ainda mais agredida e até seja presa por causa de uma frase. Gagliasso inclusive disse que a agressão da esposa não foi uma agressão, pois ela estaria plenamente justificada em agredir fisicamente qualquer pessoa que expresse uma opinião racista. E é esta a opinião prevalecente na sociedade. Todos apoiam bater em quem expressa uma opinião que eles não gostam, seja bater pessoalmente ou usar o estado para isso, pois existe até uma lei para exercer oficialmente essa agressão: a tal da “injúria racial”, uma lei criminosa ditatorial que visa censurar opiniões, agredindo pessoas por apenas dizerem algo, e deve ser denunciada por sua barbárie, brutalidade, crueldade e desumanidade. Como o professor Waltrer Block nos aleta:
embora seja ilícito ao governo discriminar com base em raça, sexo ou qualquer outro critério, é um direito básico de indivíduos terem a liberdade para demonstrar exatamente quais são suas preferências. Trata-se de um elemento básico dos direitos de propriedade. Se os indivíduos não tiverem esse direito, então um importante elemento da liberdade está irremediavelmente perdido.
Uma ideia má e errada se combate com uma ideia boa e correta, não com violência. Usar violência contra uma opinião, por mais imoral que ela seja, é mais imoral que qualquer opinião, e além disso é um crime (real).
Excelente.
Perfeito ! A propósito, aos covardes totalitários do mp e demais catervas estatistas controladores até da opinião das pessoas: assino embaixo cada parágrafo deste artigo.
Fernando Chiocca é um intelectual anti-intelectual, abolicionista e praxeologista… faltou colocar anti-racista tabém. Racistas são os vagabundos do ministério público que estão perseguindo vocês. Não só racistas, mas mal intencionados, violentos e psicopatas….
“Caso avaliem que ela fez um gesto que eles não gostam, homens armados irão atrás dela onde quer que ela esteja, e irão obriga-la à força a entregar seu dinheiro ou então imobilizar seu corpo e joga-la em um camburão para levar a moça até uma cela onde ficará atrás das grades por meses ou anos.”
Por trás de todos os jargões jurídicos carregados de sofismas; leis sem legitimidade; os dotô maliciosos e satâicos, é isso mesmo que acontece com um ser humano que tiver o azar de falar uma palavra errada. Se todos entendessem que as ações da máfia estatal desta maneira clara, precisa e verdadeira, não haveria um único burocrata vivo para contar história.
“Ademais, o que tem de ruim com o macaco. Macaco é um dos animais mais inteligentes que existe. Ser comparado com um macaco é pior do que ser comparado com uma girafa (pescoçudos), baleia (gordas) ou tucano (narigudos) exatamente por que? E existem macacos com pelos castanhos, ruivos, loiros, não só morenos.”
Curioso que eu nunca havia pensado e um macaco loiro ou ruivo. Aqui no SUL a torcida do time com fama de racista (“Sou da torcida. Que canta mais alto e corre os racistas”) aquele mesmo do chilique do Aranha -, chama a torcida do Internacional de macacos. Bom, a torcida colorada adotou o macaco como mascote sem muito mimimi… “Hoje o Inter vai ganhar/e a macacada vai cantar e beber sem parar…”.
“Não existe uma raça negra. Raça Negra é só uma banda de pagode dos anos 1990.”
Grande grupo da padogueira… Esses tempos a turma da lacração chamou o vocalista da banda de machista, só porque ele aconselha a filha dele de 12 anos – na época, a não usar batom para não chamar atenção de possíveis pedófilos… o próprio clássico deles “cheia de manias” deve ser machista na cabeça desses aloprados da esquerda comunista ateísta e demoníaca…
“E existem cidades e bairros nos Estados Unidos em que só vivem judeus e eles não vendem e não alugam nenhum imóvel para quem for de outra etnia diferente da judaica”
Falando de teologia eu posso ser acusado de ser racista, anti-semita e nazista. Porque de fato, considerando que o judaísmo mosaico acabou com o Cristo e a nova aliança, a destruição do templo foi uma punição justa de Deus para aqueles judeus que se recusaram a aceitar Cristo. O que eu vou dizer? é triste
A série Bridgerton de 2020, que é ambientada no período entre 1811 e 1820 – quando a Inglaterra era quase que exclusivamente branca – retrata um ambiente formado por negros, indianos e brancos, inclusive na nobreza e na família real britânicas.
Existe uma ópera chamada “Dialogues des Carmélites” que se passa a França da revolução e cujo libretto narra a vida de um grupo de carmelitas que fora guilhotinadas por serem “contra-revolucionárias”. Qual a possibilidade de uma carmelita francesa negra na França do século XVIII? zero. Mas não para as montagens atuais da ópera e seus diretores da nova era…
Muito bom esse artigo. E corajoso nos tempos atuais…
Mauricio, do jeito que as coisas estão eu teria que colocar que sou anti-antirracistas…
Não sabia dessa cancelada do Luiz Carlos.
Quanto ao judaísmo, quem matou Cristo não foram os judeus, mas todos nós. Ele morreu por nossos pecados. Mas eu também poderia ser considerado antisemita, pelo simples fato de eu ser católico. Pois o católico almeja converter todos ao cristianismo, o que acabaria com o judaísmo, e uma das definições de anti-semitismo é pretender eliminar o judaísmo.