A estrela de “Mandaloriano” Gina Carano ganhou as manchetes esta semana quando foi demitida da Disney. Seu crime? A autoria de uma postagem nas redes sociais comparando a censura contra conservadores à perseguição nazista.
A decisão da Disney desencadeou uma série de ataques à empresa. Mas enquanto a raiva hipócrita é gratificante para os fãs tanto da atuação quanto das palavras de Carano, este último incidente na cultura do cancelamento aponta para uma verdade maior e mais sinistra:
Nós estamos perdendo.
Para ilustrar isso, vamos examinar a postagem ofensiva de Carano. Ela declarou:
Como a história é editada, a maioria das pessoas hoje não percebe que para chegar ao ponto em que os soldados nazistas poderiam facilmente prender milhares de judeus, o governo primeiro fez com que seus próprios vizinhos os odiassem simplesmente por serem judeus. Como isso é diferente de odiar alguém por suas opiniões políticas?
Um porta-voz da LucasFilms respondeu a esta declaração declarando que “as postagens de Carano nas redes sociais denegrindo as pessoas com base em suas identidades culturais e religiosas são repugnantes e inaceitáveis”.
Não consegue encontrar a “difamação” na postagem de Carano? Os progressistas acham isso porque Carano está do lado errado politicamente, e enquanto as palavras são coisas escorregadias com uma miríade de significados, estar do lado errado e dizer algo em defesa desse lado é errado. Portanto, os comentários de Carano devem ser depreciativos ou racistas ou alguma outra coisa desagradável. Você pode achar que não é tão simples, mas para milhões esquerdistas, é.
Não importa que a Disney seja uma hipócrita por permitir que a atriz esquerdista que contracena com Carano postasse fotos comparando as detenções na fronteira entre o México e os Estados Unidos com campos de concentração nazistas. Tampouco importa que a Disney fechou os olhos quando outro de seus funcionários postou um desenho animado de um triturador de madeira com as palavras: “Garotos apoiadores de Trumo vão gritando, chapéus primeiro, para o triturador”. A Disney se safará com a demissão de Carano e em uma semana o incidente será esquecido, mais um sinal de que estamos perdendo.
Estamos perdendo porque nosso lado pressupõe que a razão pode prevalecer no confronto de ideias. Pode, mas apenas quando ambos os lados estão comprometidos com a razão. É inútil tentar argumentar quando a oposição é obstinadamente irracional. Você sempre perderá uma discussão com alguém que insiste que dois mais dois é igual a cinco com a mesma facilidade com que é igual a quatro, e enquanto isso você terá perdido tempo e energia.
Aristóteles, indiscutivelmente a pedra angular da razão ocidental, teve como seu aluno mais famoso Alexandre, o Grande, o conquistador mais renomado da época. Alexandre passou um ano estudando individualmente com o fundador da lógica, da metafísica e da ética da virtude. Ele aprendeu o que significava raciocinar e pensar para resolver os problemas, uma habilidade que ele usou em uma série de batalhas que subjugou o mundo conhecido em apenas alguns anos. Em um momento de suas conquistas, Alexandre encontrou sacerdotes místicos de uma cultura estrangeira que o presentearam com o nó górdio, uma pilha de cordas intrincadamente amarrada que era considerado impossível de desatar. Os sacerdotes esperavam que Alexandre tentasse desamarrá-lo, mas esse estudante do fundador da lógica não se deixou enganar facilmente: ele pegou sua espada e cortou o nó em dois. A razão não pode desatar o emaranhado de irracionalidade; só pode destruí-lo.
Antes que eu seja acusado de incitar a violência, deixe-me deixar claro que a espada que precisamos empunhar é uma espada figurativa de boicotes, greves e protestos. Por que qualquer pessoa razoável deveria dar seu dinheiro a Disney? Indo além, devemos estabelecer alternativas culturais para a hegemonia pop amante da esquerda que governa nossas vidas, como Carano parece estar fazendo agora. A razão não funcionará contra gente como as que de alguma forma conseguem ver a “difamação” das culturas minoritárias em comentários sensatos como o de Carano.
A atual atmosfera de ódio político que se apresenta como unidade política pressagia o crescimento do poder do Estado, como reconhecerá qualquer pessoa que leu atentamente Hannah Arendt. Para avançar contra o que é claramente uma maré crescente de totalitarismo, precisamos de ação, não de papo.
Artigo original aqui.
O autor tem razão: não se convence um estatista – no caso concreto, estatista identitários -, com o uso de argumentos lógicos. O estatismo é uma religião diabólica. Não existe qualquer outra solução viável a não ser a eliminação física do estado e seu aparelho ideológico. Eu já não discuto mais com estatistas a sério: já passei a chama-los de violentos e nazistas. Ainda que este último seja uma categoria estatista, esses cara entende esta linguagem do mal.
Eu li estes dias algo que explica que estes identitários são muito mais perigosos do que se imagina. Eles basicamente são uma força auxiliar da máfia estatal agindo com total impunidade, já que não precisam ter os escrupulos – os poucos que restam, do governo. Afinal, como dizem os liberalecos do estado mínimo, não existe censura privada. Não existe é o rabo deles limpo.
“A primeira é a intolerância da militância engajada nessa revolução cultural identitária (…) quem discorda dessa esquerda é fascista, racista, genocida, devendo ser boicotado e “cancelado”. Não basta repudiar nem ostracizar; é preciso ir atrás de todas as relações sociais da pessoa, ir atrás do seu empregador e dos clientes do seu empregador; é preciso desmontar toda a rede de relações sociais daquela pessoa para que, enfim, seja inviabilizada qualquer tentativa de sobrevida fora do campo da esquerda. Ah, e não esqueçamos: não basta ficar quieto, que o silêncio é conivência com o fascismo.” (Marxismo identitário e revolução,Gustavo Maultasch)
O autor falou em boicote contra a Disney ou contra outras empresas. É inútil. A verdade é que a máfia estatal fica com metade do dinheiro que circula no mundo, ainda se endivida e falsifica dinheiro. Ou seja, existe uma estrutura de consumo derivada do estado que acaba sustentando essa gente. Só boicotes da esquerda podem funcionar.
Outra questão são as supostas contradições dos estatistas identitários. Não adianta apontar isso, é contraproducente. Esses caras só ganham quando são contraditórios e confusos. Não é um erro, é um método.