Como eles tendem a matar todos os setores que dominam, os sindicatos estão morrendo no setor privado. Aquelas áreas que restaram da economia genuinamente privada – isto é, aquelas que estão sujeitas a forte concorrência e que não dependem de auxílios do governo – praticamente não sofrem mais com a violência sindical.
Sim, os sindicatos dos metalúrgicos, das mineradoras, das siderúrgicas e das montadoras continuam fortes, mas esses são setores que dependem fortemente do governo, seja na forma de incentivos fiscais, seja na forma do protecionismo puro e simples.
O que nos leva ao seguinte corolário: os sindicatos só sobrevivem intocavelmente no setor público. Quem conhece os horripilantes sindicatos do judiciário, dos professores universitários, da Receita Federal, do Banco do Brasil, dos Correios, da CEF, da Petrobras e dos petroleiros, entende por que o governo é o único porto seguro dessa indústria coerciva.
As organizações sindicais só terão um futuro seguro caso elas consigam expandir a fatia da economia sob controle direto do estado. Daí as conversações animadas sobre uma possível re-estatização da Vale e do sistema Telebrás (ambas na plataforma de campanha de Dilma Roussef), e principalmente todo o carnaval feito a respeito do Pré-Sal – que, tudo dando certo, só vai gerar o primeiro centavo em 2015 – e da nova estatal, a Petro-Sal.
Os sindicatos não vão perder facilmente sua mamata. A expansão do estado sobre a economia é sua melhor opção no momento. Isso está sendo feito com ímpeto lascivo e, o que é mais nojento, sob a retórica de que os funcionários públicos, as estatais e seus burocratas amam os pobres – embora o amor não seja tão grande a ponto de recusarem aumentos em seus portentosos proventos, todos devidamente pagos pelos desdentados.
Aguardem um futuro soviético.