Thursday, November 21, 2024
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Dez razões pelas quais os libertários podem não ser muito simpáticos com você

libertarioVárias pessoas frequentemente reclamam que os libertários são rudes e insolentes. Para ser sincero, este não é nem de longe um problema tão grave e comum quanto essas pessoas querem fazer crer. Aliás, se isso realmente pode ser chamado de problema, o fato é que nós libertários sinceramente não estamos nem aí para o que você realmente pensa sobre nós ou sente por nós.
No entanto, apenas para deixar as coisas mais claras, decidi criar essa lista explicitando algumas das principais razões de os libertários nem sempre serem simpáticos com você.

(E tenha em mente que até mesmo aqueles libertários que eventualmente forem simpáticos com você estão internamente tão irritados com o seu estatismo quanto nós. Eles apenas sabem controlar melhor seus sentimentos e sabem ser mais falsos.)

Libertários não são muito simpáticos com você porque:

10. Ridicularizar funciona

Creia-me: nós realmente preferiríamos que a humanidade fosse racional e reagisse à razão e às evidências. Se ela fosse assim já teríamos vencido o debate e nem sequer estaríamos tendo essa discussão. O estado não existiria e discussões políticas nem sequer fariam parte do cotidiano.

Ao contrário de você, nós já percebemos — ao sermos obrigados a vivenciar todo esse processo eleitoral e todas as propagandas políticas desse lixo chamado democracia que você tanto idolatra — que toda a política se resume a um candidato dizer que você deve votar nele porque “aquele outro candidato é muito pior”.

De um lado, os esquerdistas dizem que todos aqueles que se opõem a suas políticas são fascistas, racistas, fanáticos religiosos, reacionários, homofóbicos, gananciosos e socialmente insensíveis. De outro, os direitistas dizem que todos aqueles que se opõem a suas políticas são socialistas, progressistas, devassos, vagabundos, inimigos de Deus e da família.

E isso é o que hoje é considerado um “debate democrático de alto nível”.

Vocês obtiveram tanto êxito político em serem completamente idiotas, que nós libertários simplesmente descobrimos que ridicularizar vocês é a melhor maneira de vencer batalhas políticas. Por isso, somos obrigados a agir assim. Nós fazemos troça de vocês simplesmente porque esse é o único linguajar que, talvez!, vocês são capazes de entender; essa é a única natureza das discussões políticas que vocês conseguem apresentar. Nós destroçamos seus ídolos políticos e suas ideias democráticas simplesmente porque são nocivos para a humanidade, e não queremos que nenhum incauto leve vocês a sério.

9. Dado que vocês já têm uma ideologia, nós realmente não estamos muito preocupados em tentar convencê-los de alguma coisa

A maioria das pessoas não tem absolutamente nenhum conceito de política, de economia ou de filosofia. No entanto, se, por algum acaso, alguma pessoa vier a ter algum interesse em algum desses assuntos por causa de algo que dissemos — ou porque ficou genuinamente interessado em descobrir algum tipo de verdade objetiva —, aí então realmente teremos alguma esperança em trazê-la para o nosso lado. Estas são as únicas pessoas com quem realmente estamos interessados em despender algum tipo de energia.

Mas a triste realidade é que a esmagadora maioria das pessoas envolvidas nessas coisas não está realmente interessada em descobrir nenhum tipo de verdade objetiva. O fato de que tais pessoas ainda não são libertárias é uma prova mais do que suficiente disso. Por algum motivo insondável, elas já escolheram um lado e estão dispostas a defendê-lo a todo custo. Progressistas não estão propensos a se tornar conservadores, conservadores não estão propensos a se tornar progressistas, e ambos não querem se tornar libertários. Na melhor das hipóteses, ambos tentam ludibriar os libertários para conseguir nosso apoio às suas próprias agendas políticas anti-libertárias. E, convenhamos, até agora eles vêm fazendo um ótimo trabalho nessa área.

Portanto, todas as vezes em que fomos compreensivos com vocês e aceitamos trabalhar juntos, acabamos nos estrepando. Já aprendemos essa lição e não mais estamos dispostos a ignorá-la.

Ter uma ideologia implica possuir algum conhecimento do assunto em questão. Se você já estudou o tópico ‘governo’, e já concluiu que tal instituição tem algum potencial de fazer alguma coisa positiva, então isso significa que você realmente não é muito bom em processar informações. O histórico de fracassos do estado é tão grande e tão ridiculamente óbvio, que nós realmente cremos ser impossível que qualquer pessoa minimamente racional defenda sua existência. Sua “instruída” defesa dessa absurdidade prova que você está além de qualquer capacidade de salvação.

Portanto, pode acreditar: quando libertários se predispõem a debater com você, eles não estão tentando convencê-lo de nada; eles estão pensando única e exclusivamente na eventual plateia de observadores do debate, a qual pode ser formada por pessoas menos ideologizadas. Tal “debate” nos dá a oportunidade de difundir um pouco mais as nossas ideias. E quanto mais você se esforça para recusar nossos fatos e argumentos, mais fazemos você parecer um idiota perante essa plateia. E, mesmo que as pessoas dessa plateia não se tornem libertárias, elas ao menos terão agora uma opinião amplamente negativa sobre você e suas ideias, de modo que elas não mais irão se juntar à sua causa e defender a sua agenda totalitária.

8. Não estamos tentando vencer eleições

Qualquer libertário que diga estar tentando vencer uma eleição está ou mentindo sobre seu objetivo, ou mentindo sobre ser libertário, ou completamente desinformado e perdido. Até onde sabemos, eleições são uma péssima maneira de resolver as coisas. Queremos abolir eleições, e não vencê-las.

A natureza do estado é fazer falsas promessas para angariar o apoio de incautos e derrotados. O estado promete que irá proteger você de bichos-papões, que irá resolver todos os seus problemas econômicos, que irá fazer de você uma pessoa melhor, e que irá ser norteado exclusivamente por princípios nobres. Nós libertários sabemos que isso é totalmente ridículo, sabemos que não tem como dar certo, e sabemos que a maioria das pessoas é imbecil o bastante para acreditar nisso, e irão morder gostosamente a isca. Logo, sabemos que não temos como competir por meio do voto popular.

Libertários são naturalmente anti-estado, saibam eles disso ou não. Aqueles que ainda estão iludidos ao ponto de acreditar que podem vencer alguma eleição e levar um pouco de sanidade à máquina estatal não passam de meros idiotas úteis a serviço do regime. O objetivo não é vencer as suas malditas eleições; o objetivo é converter uma minoria ampla o suficiente contra a legitimidade do estado de modo a impossibilitar a continuidade de seu funcionamento.

Sendo assim, não temos absolutamente nenhum interesse em ajudar vocês a glorificar esta insanidade chamada “processo eleitoral”; não temos nenhum interesse em promover candidatos, algo que apenas derrotados incapazes de cuidar da própria vida fazem. Vocês estão corretos quando dizem que “nenhum candidato é bom” para nós: não importa quem esteja concorrendo, iremos ridicularizá-lo e destroçá-lo simplesmente porque ninguém tem o direito de nos governar.

7. Já tivemos essa mesma discussão centenas de vezes

Se você ao menos já tivesse se dado ao trabalho de ler as obras de pelo menos um dos grandes teóricos libertários, não estaria fazendo as mesmas perguntas idiotas de sempre. Primeiro você pergunta “quem irá construir as estradas?” ou “quem irá cuidar da polícia e do judiciário?” ou “quem irá cuidar dos pobres?”; depois você diz, com ares de superioridade, que “tudo isso é muito utópico”, e daí desanda a repetir os clichês mais banais e surrados, como se fossem o pensamento mais original da galáxia. Isso apenas comprova que você não se deu ao trabalho de investir nem sequer 10 minutos de sua vida infeliz para fazer um mínimo esforço para entender o básico do que estamos falando. Por que deveríamos perder tempo com um coitado como você?

Enquanto isso, estamos continuamente atentos ao lixo propagandista que você consome, sempre construir argumentos que o refutam. Escrevemos artigos reflexivos, criamos vídeos informativos, e produzimos áudios irrefutáveis explicando em grandes detalhes o que exatamente seus políticos e propagandistas estão dizendo, e por que estão errados.

Já você simplesmente não presta nenhuma atenção a qualquer conteúdo que não seja oriundo de pessoas do “seu time”, e todos do “seu time” repetem exatamente as mesmas baboseiras. Portanto, todas as vezes que incorremos em um debate político, já sabemos de antemão exatamente o que você irá dizer, já sabemos qual é a resposta correta para a sua propaganda, e já sabemos que você irá gemer e espernear perante nossa resposta.

Acredite: todo esse processo é indescritivelmente maçante. Sempre que imaginamos que finalmente seremos confrontados com algo genuinamente original e desafiador, somos frustrados com a mesma logorreia de sempre, repetida como se fosse uma verdade trepidante. Esses debates repetitivos são extremamente aborrecidos, pois não produzem nada de positivo para nós.

6. Sabe todos aqueles “mas, e se…” que você tanto repete? Pois é, são chamados de escolhas

Você vai cair de costas ao ler isso, mas a melhor coisa sobre a liberdade é que as pessoas podem fazer suas próprias escolhas. E realmente não entendemos bem por que isso lhe incomoda tanto. Todas as vezes que você nos pergunta “mas, e se…”, temos milhares de respostas diferentes. Se você não gostar da primeira, podemos fornecer várias outras. O principal objetivo é: você pode escolher para si próprio o que mais lhe aprouver em um arranjo de mercado.

Você se tornou tão acostumado em ter o estado como arbitrador supremo de todas as coisas, que você entra em pânico a cada momento de incerteza. O mais engraçado de tudo é que o estado nunca lhe forneceu absolutamente nenhuma certeza. Há um caos absoluto no mundo, os governos assassinaram mais de 260 milhões de seus próprios cidadãos apenas no século XX (e não estou incluindo aí as guerras!), e você ainda está se descabelando com limites de velocidade, cigarro em restaurante, e plantio de maconha.

5. É impossível ensinar economia em 140 caracteres ou menos

Um ponto positivo da internet é que ela nos possibilita comunicarmos com várias pessoas muito rapidamente. Um ponto negativo é que essa gratificação instantânea vem fazendo com que as pessoas acreditem ser possível obter respostas para tudo sem absolutamente nenhum esforço. Se você realmente acredita estar qualificado para ir a uma urna e decidir quem irá gerenciar o país em que você vive, então você deveria, no mínimo, ter o bom senso e a decência de estudar economia.

Na prática, toda essa discussão que estamos tendo realmente se resume a economia. Políticos e propagandistas se alimentam de seus medos, incertezas, preconceitos e emoções simplesmente porque essa é a maneira mais fácil de manipular você e, com isso, fazer com que você aja de acordo com os interesses deles e contra os seus. Essa tática — extremamente funcional — permite que eles operem em uma dimensão em que frases de efeito e palavras fáceis simplifiquem assuntos extremamente complexos.

Explicar para você tudo o que há de errado nessas frases de efeito não apenas é uma tarefa difícil e trabalhosa, como também requer que você tenha algum conhecimento sobre economia, sobre ação humana, e sobre como os seres humanos reagem a incentivos. Não é possível explicar tudo isso em uma “tuitada” ou em uma postagem de Facebook. Nós produzimos milhares de páginas de texto, e incontáveis horas de áudio e vídeo explicando todas essas coisas. O melhor que podemos fazer em uma “tuitada” ou em uma postagem de Facebook é enviar um link que contenha este material, e esperar que você irá ler/ver/ouvir. Mas você nunca faz isso, certo?

4. Sim, nós somos mais inteligentes que você

A Triple Nine Society, uma organização cuja filiação é reservada exclusivamente para pessoas de altíssimo QI (pessoas que estão acima do 99,9º percentil), fez uma pesquisa sobre as opiniões políticas de seus membros. Os resultados não são nada surpreendentes: seus membros macicamente apóiam a descriminalização de todas as drogas, da prostituição e do jogo. Também apóiam o porte de armas e o livre mercado. São contrários à intervenção do estado na saúde e aos impostos sobre a renda.

Governo é fraude, e, como todas as outras fraudes, só se mantém graças à ignorância de suas vítimas. Nós libertários não somos ignorantes, mas você é. E seu apoio a essa fraude nos prejudica. Sua estupidez literalmente dói.

3. Nossa superioridade moral é justificável

Sabemos que você tem algumas ideias distorcidas sobre moralidade. O problema é que, em termos puramente lógicos, a moralidade tem de ser consistente. Se a sua plataforma moral não pode ser aplicada universalmente, então ela não tem validade nenhuma. Se a sua plataforma moral aceita exceções, então ela simplesmente não faz sentido.

Se você acredita que roubar é errado, então não há como defender tributação. Se você acredita que parasistismo é errado, então não há como defender redistribuição de renda ou empregos públicos. Se você acredita que escravizar é errado, então não há como defender alistamento militar. Se você acredita que matar inocentes é errado, então não há como defender guerras. Se você acredita que falsificar é errado, então não há como defender política monetária expansiva. Se você acredita em livre arbítrio, então não há como defender a proibição de drogas. Em suma, se você acredita que agredir inocentes é errado, então não há como defender estado, que se financia e sobrevive exclusivamente por meio da agressão a inocentes.

Políticos, religiosos, moralistas e propagandistas sempre são flagrados fazendo coisas que vão exatamente contra as palavras que proferem, e você é rápido em acusá-los. Religiosos são flagrados cometendo adultério, socialistas acumulam vastas riquezas, moralistas praticam todos os tipos de vale-tudo para se dar bem e desarmamentistas andam com seguranças armados. Suas plataformas morais são obviamente inconsistentes e isso faz com que elas não tenham nenhum significado. Você, no entanto, ao se dizer contra agressão a inocentes mas defender a existência do estado, está incorrendo na mesma contradição.

Nossa plataforma moral é basicamente a não-iniciação de agressão contra inocentes. Desde que não roubemos, agridamos, sequestremos ou assassinemos inocentes, estamos perfeitamente dentro do nosso código moral. Isso é muito fácil para a maioria das pessoas, uma vez que a prática da violência não é algo atraente para nós. Logo, nós libertários não somos hipócritas.

2. Não estamos pedindo muito

Se você quer viver sendo submisso a políticos e burocratas, acatando suas ordens e vivendo como eles mandam, isso é problema seu. Não recomendamos, mas, se você gosta, seremos as últimas pessoas a impedir que você se submeta à autoridade de alguém. Podemos, no máximo, explicar a você as virtudes da liberdade, mas honestamente não estamos tentando obrigar você a ser livre. Tudo o que queremos é que você não nos obrigue a viver sob esse mesmo autoritarismo.

Isso é tudo o que pedimos.

Já você, por outro lado, quer confiscar nossa propriedade, tomar grade parte do nosso dinheiro, “educar” nossos filhos, regular nossos empreendimentos, e controlar nossas relações pessoais. Por algum motivo inescrutável, você acredita que se tais atos violentos forem feitos por uma entidade chamada ‘governo’, eles deixam de ser imorais. Se eles fossem realizados por algum ente privado, você corretamente diria ser algo socialmente inaceitável.

Como nós libertários não acreditamos em governo, encaramos tudo isso com o mesmo espanto que você teria caso um lunático tentasse fazer essas coisas com você.

Sério mesmo, qual o problema? Apenas nos deixe em paz.

1. Você sempre recorre à violência

Discussão polida sobre política e estado é uma ilusão. Ao final da discussão, não importa quem está certo e quem está errado: a pessoa que está em superioridade numérica irá obrigar as outras pessoas, sob a mira de uma arma, a aceitar suas ideias ruins. Apenas imagine essa situação de maneira reversa: em vez de terminar sendo ameaçado, você já começa sendo ameaçado. Ninguém tentaria ser educado ou ter divergências respeitosas nessa situação.

No entanto, uma vez que nós libertários sabemos que estamos em número menor (pois inteligência e sensatez não são virtudes abundantes no mundo), e dado que a minoria sempre se estrepa em uma democracia, é exatamente assim que essa discussão é vista por nós. Ela começa e termina com a ameaça de violência sobre nós, e o simples fato de que não lhe damos um tiro na cara realmente é uma perfeita ilustração do nosso nível de civilidade.

Você simplesmente não nos dá nenhuma opção para escaparmos dessa violência. Somos obrigados a escolher entre a violência da sua gangue, ou a violência da gangue rival à sua. E as duas gangues nos dizem “Ame-o ou deixe-o” ou “Vá para a Somália!” como se eu simplesmente não tivesse o mais básico direito de ser deixado em paz em minha própria casa.

Portanto, entenda: se a única opção que você nos oferece é a violência, e se a violência é o arranjo a que você quer que sejamos submetidos, então você ser nosso objeto de escárnio é um arranjo que sai muito barato para você.

Christopher Cantwell
Christopher Cantwell
Christopher Cantwell é jornalista autônomo e trabalha no Independent Media.
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2 COMENTÁRIOS

  1. Perfeito, perfeito, perfeito! Que bom que eu nao sou o unico a sofrer cm acusaçoes da minha suposta arrogancia…

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