Ainda hoje, políticas desastrosas vêm sendo impostas à população graças a previsões equivocadas de ditos “especialistas”, que se julgam seres iluminados, capazes de decidir o que é melhor para todos. O resultado são negócios destruídos e vidas destroçadas. Nenhum especialista pode prever acuradamente o futuro e, muito menos, usar suas previsões para obrigar cidadãos pacíficos a fazer o que não querem ou a deixar de fazer o que querem.
No mundo antigo, reis frequentemente contavam com um grupo especial de sacerdotes para projetar poder sobre seus vassalos. Esses sacerdotes informavam o público de que o monarca havia sido inspirado divinamente, e que suas ações eram guiadas por previsões sobrenaturais.
No mundo de hoje, poucos governantes justificam religiosamente seus grandes planos – entretanto, o poder dos conselheiros e dos adivinhos continua. Em vez de colocados em templos, os chamados especialistas são colocados em institutos e universidades, de onde oferecem justificativa intelectual para políticos em busca de mais e mais poder.
Ao fazer isso, fica evidente como esses ditos especialistas – incluindo “economistas” celebrados – não pensam como bons economistas.
Por exemplo, esses “especialistas” explicam como os problemas serão resolvidos se o estado puder usar nosso próprio dinheiro, tomado à força, em um determinado programa ou em uma nova política pública. Em troca de polpudas verbas, eles podem pescar dados incompletos, assumir certas premissas e, então, fazer previsões que estão convenientemente alinhadas com a agenda estatal.
Via de regra, tais previsões se mostram erradas, já que elas estão baseadas em premissas irreais sobre o mundo. Economistas, por exemplo, nunca podem prever preços em mercados futuros, porque os desejos e as demandas do público mudam. Nem tem como levar em conta inovações, desastres ou grandes mudanças no comportamento humano.
Nenhum especialista pode prever o futuro.
Isso não significa que não haja méritos em previsões. Homens de negócio, investidores, apostadores e outros podem usar seu conhecimento em uma indústria ou em um campo específico para fazer previsões com mais acurácia do que outros. Como um empreendedor, se estiverem certos, lucram; se estiverem errados, têm prejuízos.
O perigo mora em previsões excessivamente confiantes combinadas com os poderes coercitivos do estado.
Para ilustrar, antes de 2008, o Federal Reserve repetidamente negou a existência de uma bolha no mercado imobiliário, resultante de baixas taxas de juros, que, por sua vez, levaram a maus investimentos. Quando essa bolha estourou, levando a uma crise financeira, em vez de admitir o erro, o estado deu a si mesmo mais poderes para “consertar” o problema. Os ditos especialistas dos bancos centrais têm consistentemente errado suas previsões sobre crescimento econômico ou taxas de juros futuras. E também consistentemente têm dado a si mesmos mais poderes para regular os mercados financeiros.
E o problema não é só com os bancos centrais.
Alguns países fomentaram programas baseados em previsões equivocadas sobre recursos, subestimando a produção e a distribuição de alimentos, que resultou na paranoia da superpopulação. O resultado foram programas de esterilização forçada, leis de filhos únicos e outras políticas anti-humanas.
As previsões estavam erradas, e um número incalculável de vidas foi perdido como consequência.
Em 2020 e 2021, muitos países decidiram fechar suas economias com base em previsões incorretas sobre uma gripe. Muitos negócios faliram, e milhões de vidas foram arruinadas graças às previsões errôneas dos chamados especialistas.
A sociedade é um sistema complexo. O número de incertezas que existem é tão grande, que é impossível isolá-las, tornando o futuro impossível de ser previsto com acurácia. Isso é particularmente verdade para sistemas complexos, como a economia, a saúde pública e o meio ambiente.
A verdadeira economia nos ensina que, para entender melhor o mundo, é importante respeitar o direito natural dos cidadãos à propriedade. E entender que nada de bom pode vir do estado.
Assim como outras ciências, a economia não nos dá a habilidade de prever o futuro com exatidão.
Não há fórmula matemática ou modelo complexo que possa substituir o estudo da ação humana.
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Este vídeo é uma adaptação do artigo “Why Experts Can’t Predict The Future?”, publicado pelo Mises Institute série “Economics for Beginners“.
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Produzido e narrado por Marco Batalha.