Os autoproclamados “progressistas” dão a entender que suas visões econômicas e políticas são “modernas” ou “visionárias”. Eles defendem uma economia “regulada por especialistas”. Mas não há nada “progressista” nisso. Os ditos “especialistas” só podem regular a economia, controlando os meios políticos. Portanto, o “progressismo” é apenas mais um dos cinquenta tons de socialismo.
A economia é – ou deveria ser – uma ciência que responde a perguntas sem influências políticas ou ideológicas. Um bom economista pode explicar os benefícios do livre-mercado ou as consequências negativas do socialismo não devido a qualquer viés político, mas pela maneira como seres humanos respondem a um mundo com recursos escassos.
Porém, quando discutimos economia, é comum o fazermos em um contexto político – tal como em um período de eleições ou na votação de uma legislação que pode nos impactar financeiramente.
Alguns chamam a si mesmos de “progressistas” – dando a entender que suas visões econômicas e políticas são “modernas” ou “visionárias”. Ao longo da história, os “progressistas” têm alardeado que são uma “terceira via” entre o capitalismo e o socialismo, capazes de corrigir injustiças sociais históricas. Como se isso fosse possível. Eles não defendem uma economia desregulada, como no capitalismo. Eles defendem uma economia “regulada por especialistas”.
Não há nada “progressista” nisso.
Especialistas não podem regular a economia sem impor suas ideias coercitivamente, controlando os meios políticos.
Portanto, o “progressismo” é apenas mais um dos cinquenta tons de socialismo.
O livre-mercado coordena a procura e a oferta de bens e serviços ao redor do mundo. Graças ao sistema de preços, empreendedores, homens de negócio e consumidores podem calcular a melhor maneira de alcançar seus objetivos.
Progressistas não confiam nos indivíduos para fazerem tais escolhas por si mesmos. Ao contrário, eles querem os mercados e os preços regulados pelos ditos especialistas, cujo poder de influência vem dos meios acadêmicos e políticos, e não de produtores oferecendo bens e serviços a potenciais consumidores.
Os progressistas afirmam erroneamente que educação especializada dá às pessoas um conhecimento maior do que o mercado pode dar. Dessa forma, eles justificam o aumento de poder político para impor mais controle sobre a sociedade. Isso é extremamente perigoso.
Economicamente, tanto faz se uma dada intervenção econômica é o resultado da imposição de políticos ou de especialistas. O resultado é o mesmo: o mercado é distorcido pelo poder coercitivo estatal para fins políticos e não para o benefício dos consumidores. Isso não é uma “terceira via” entre capitalismo e socialismo. É apenas um outro disfarce do socialismo, usado para justificar mais planejamento central. Quem se beneficia não são os empreendedores, os produtores ou os consumidores, mas sim os ditos “especialistas” que ficam no comando mesmo não produzindo nada.
Os especialistas progressistas criam novos problemas ao dividirem artificialmente a sociedade, ao jogarem grupos uns contra os outros e ao darem origem a uma classe de burocratas que influenciam enormemente a economia, sem que possam ser responsabilizados pelas consequências de suas más ações. Após décadas dessa agenda progressista, temos uma relação promíscua entre pseudointelectuais, agências reguladoras estatais e grandes corporações, que se mantém não importa quem ganhe a eleição.
Sem serem responsabilizados, o resultado é uma série de desastres econômicos que levam a crises financeiras, custos crescentes nos setores socializados e disrupções nas cadeias produtivas – tudo em nome do “bem comum” que eles alegam serem capazes de encontrar.
Esses desastres econômicos não são resultado do livre-mercado, mas sim a consequência direta de décadas de políticas intervencionistas catastróficas.
Não há uma “terceira via”: ou são os consumidores que direcionam a economia, ou é o estado.
A economia não é a ciência que dá poderes a alguns iluminados para moldar a sociedade a seu bel-prazer. Ao contrário, ela nos ensina que apenas o livre-mercado traz prosperidade ao mundo.
O progressismo não é a resposta. Quanto mais aprendermos a “pensar como bons economistas”, mais entenderemos o valor de uma sociedade verdadeiramente livre.
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Este vídeo é uma adaptação do artigo “What Is Progressivism?”, publicado pelo Mises Institute série “Economics for Beginners“.
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Produzido e narrado por Marco Batalha.